sexta-feira, novembro 22, 2024
22.1 C
Vitória
sexta-feira, novembro 22, 2024
sexta-feira, novembro 22, 2024

Leia Também:

ES decide avançar vacinação de idosos com menos de 90 anos com estoque de Coronavac

Chegada de mais doses este mês respalda antecipação. Nésio Fernandes defende “novo orçamento de guerra em 2021”

O governo do Estado do Espírito Santo decidiu antecipar a vacinação contra Covid-19 das pessoas com menos de 90 anos. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, com base na garantia, dada pelo ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, de que novas doses da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, serão enviadas aos Estados na próxima semana. 

Até a chegada da nova remessa, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) utilizará as doses que foram reservadas para a segunda aplicação nas pessoas que receberam a primeira. Seguindo o estabelecido na Resolução 013/2014 da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), o avanço da imunização da população idosa deve acontecer gradativamente, em grupos etários de cinco em cinco. Assim, o próximo grupo será de pessoas com 85 a 89 anos e assim sucessivamente, até chegar à faixa etária de 60 a 64 anos. À medida que o município alcançar 90% de cobertura de um grupo etário, pode avançar para o próximo. 

Nésio Fernandes também enfatizou, durante a coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (17) ao lado do subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, que o Ministério da Saúde precisa definir urgentemente, além de um calendário de distribuição nacional de doses de vacinas até o final do ano, um orçamento robusto para os investimentos necessários de combate à pandemia, com novo aporte de recursos junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).  “A União tem que ter um novo orçamento de guerra ao longo de 2021 para manter leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e enfermaria abertos e abrir novos”.

Nésio afirmou também que se não houver esse complemento pode haver comprometimento da capacidade de testagem. De acordo com ele, a União entra com cerca de 23% de participação no financiamento do SUS e que aumentar esse percentual “depende de decisões da presidência da república, do governo federal”. Outro assunto que também será abordado na reunião, segundo Nésio, é a necessidade de aquisição de mais vacinas. “É urgente que o Brasil adote pelo menos quatro ou cinco tipos de vacina. É um erro não adquirir todas as que chegaram à fase três de teste”, diz.

O secretário destacou que desde o dia 29 de janeiro não há morte de profissionais da saúde por Covid-19 e que esses trabalhadores já contam com cerca de 60% de cobertura vacinal. Foi informado também que toda a população idosa, ou seja, pessoas com mais de 60 anos, está autorizada a se vacinar. Porém, isso será feito em ordem decrescente de idade. Nésio explica que, ao município alcançar o índice de 90% dos idosos acima de 90 anos imunizados, pode passar para os de acima de 85. Estando 90% desse grupo também vacinado, pode começar a vacinação de outro.
Entretanto, isso vai depender da disponibilidade de doses. “A União tem monopólio da negociação com as indústrias. O estado fica limitado a aquisição de doses extras”, explica Nésio, apontando um dos fatores que dificultam o processo de imunização. Segundo Luiz Carlos Reblin, uma nova dose da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan, está prevista para chegar na próxima semana, mas não se sabe a quantidade exata.
Novas Cepas
Nésio salientou que as novas cepas do coronavírus já estão em todos estados, inclusive no Espírito Santo. Ele afirma que, diante disso, o mais relevante é verificar o predomínio das variantes no território, pois elas podem tornar a população mais suscetível à transmissão comunitária do vírus. “Estamos tratando do mesmo vírus, da mesma doença, precisamos manter os protocolos, como usar máscara, álcool em gel, não fazer aglomeração”, diz.
O secretário enfatizou que a circulação das novas cepas não ocorre pelo acolhimento de pessoas de outros estados para tratar da Covid no Espírito Santo, pois a remoção é feita com trabalhadores devidamente munidos de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e os pacientes estão em UTIs exclusivas.
Nesta semana faleceram dois pacientes vindos de Rondônia. Um morreu na terça e outro na quarta. Trata-se de uma pessoa do sexo masculino, de 66 anos, que ficou hospitalizada por nove dias, e de uma do sexo feminino, de 80, em tratamento de saúde há seis dias. Tirando pessoas de outros estados que se encontram internadas no Espírito Santo, segundo Nésio há 449 pessoas nas UTIs, o que equivale ao número do final de agosto, fase de recuperação da curva da primeira onda da Covid-19.
Carnaval
Nésio Fernandes afirmou que a não realização do carnaval em todo o país foi uma decisão acertada, salvando vidas e evitando “a aceleração das cepas que circulam no país”. “A realização do carnaval poderia representar algo pior do que a soma das aglomerações de 2020, como festas de fim de ano e eleições”, comparou. Entretanto, destaca Reblin, quem participou de atividades clandestinas no carnaval deve observar os sintomas, se detectar algum, procurar o serviço de saúde, e informar àqueles com quem teve contato.
O secretário denominou as pessoas que pularam carnaval como sem empatia. “Muitos irão se infectar e infectar pessoas próximas. Chorar a morte de pessoas queridas ou ser motivo do choro de outras”, disse. Nésio destacou que a pandemia ainda não está controlada e que parabenizou as forças de segurança do estado e dos municípios na repressão à realização de atividades clandestinas.

Mais Lidas