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ES deve zerar índice de transmissão em 31 de outubro com 3,8 mil óbitos

Projeção considera população atual exposta ao vírus. Havendo aumento brusco, óbitos sobem, alerta matemático

O Espírito Santo deve alcançar o Índice de Transmissão (Rt) zero no dia 31 de outubro, com um acumulado de 3,8 mil mortes pela Covid-19 até lá. A projeção hipotética foi feita pelo matemático Etereldes Gonçalves, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), que assessora cientificamente o governo do Estado na tomada de decisões sobre a convivência com a pandemia. 

“É simulação teórica, mas as simulações teóricas que a gente vem fazendo têm acertando os números”, expõe o cientista, citando, por exemplo, a projeção de 2.415 óbitos para a última segunda-feira (27), dia em que o Estado confirmou 2.411.

O gráfico unindo as três principais curvas – da Grande Vitória, do interior e do Estado – tem início em cinco de março, considerado o dia 0 da pandemia no território capixaba. A curva de óbitos do Estado atinge seu pico no 117º dia da pandemia, em seis de julho. A descida da curva, já iniciada, como registrado em outros países e como ocorre com as epidemias virais de modo geral, é prevista para durar também 117 dias, ou seja, o dia 31 de outubro. 

Já a da Grande Vitória cerca de duas semanas antes, e a do interior, cerca de três semanas depois. “O interior está passando pelo pico agora”, ressalta Etereldes, em vídeo compartilhado nas redes sociais junto com a também professora da Ufes e integrante do NIEE, Ethel Maciel. O motivo é que, fora da região metropolitana, há várias grandes cidades, cada uma com suas dinâmicas próprias, o que faz com que o interior, no seu conjunto, tenha um pico mais extenso que o da Grande Vitória. 

Distanciamento deve ser mantido

O estudo, no entanto, considera o percentual atual da população exposta ao vírus, com um aumento gradual da flexibilização de atividades econômicas e sociais a cada 14 dias. “Nesse momento da epidemia, com as curvas de casos e óbitos descendo, a simulação mostra que abrir gradualmente ou manter como está tem impacto mínimo na curva de infectados e óbitos”, diz. 

Havendo aumento brusco nessa exposição, no entanto, pode aumentar drasticamente o total de vítimas fatais. “Se relaxar, o cenário pode ficar muito pior e haver até um pico ainda maior do que o que já passamos”, alerta. As coisas não podem “voltar ao normal’, adverte Etereldes. “As pessoas não podem relaxar, não podem achar que o perigo passou. Ainda tem muita gente suscetível, o vírus está circulando entre nós”, afirma. 

No vídeo, os dois reforçam a orientação de que as pessoas devem continuar com os hábitos de precaução. A flexibilização autorizada gradativamente pelos governos estadual e municipais já entram na conta desse pequeno aumento gradual do número de pessoas expostas considerado na projeção matemática. “É importante manter as medidas de prevenção e proteger a população que ainda não está exposta ao vírus”, avalia a pesquisadora. 

Epidemiologista e consultora da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ethel concorda com o colega: só poderemos relaxar os cuidados de higiene e distanciamento quando houver a vacina. 

O número de pessoas não expostas ao vírus até o momento no Espírito Santo precisa ser levantado de forma mais precisa, conta Etereldes. O segundo inquérito sorológico, em curso, contempla algumas perguntas nesse sentido. O conhecimento desse número será de grande importância para as tomadas de decisões nos próximos três meses de pandemia. 

Painel Covid-19

O Painel Covid-19 desta sexta-feira (31) confirmou mais 30 óbitos e 1.406 casos, totalizando 2.544 e 83.292, respectivamente, até o momento. 

O Painel também informa o total de 67.117 pessoas curadas e 173.724 testes realizados até o momento, 1.343 e 2.719, respectivamente, nas últimas 24 horas.

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