Quatro microrregiões estão em ascensão do índice de transmissão ou média móvel. Situação indica retorno seguro só em 2021
“Os planos locais precisam ter comprovada a capacidade de adesão aos protocolos com inspeção da vigilância sanitária, pelo menos por amostragem”, orienta a pós-doutora em Epidemiologia Ethel Maciel, referindo-se aos planos locais de controle de cada escola, que devem ser elaborados com base no protocolo de biossegurança publicado na Portaria conjunta nº 01-R das Secretarias de Estado da Saúde e Educação (Sesa/Sedu) em oito de agosto.
“Alguma forma de inspeção deve ser feita para que as escolas sejam liberadas. Ou será cada um por si?”, questiona a cientista, que é professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e integrante do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), que assessora tecnicamente o governo do Estado na tomada de decisões sobre o enfrentamento da pandemia.
Ethel Maciel afirma que essa inspeção é um ponto a ser observado na preparação das escolas para a futura abertura segura, mas que os dados, até o momento, indicam que o mais razoável é mantê-las fechadas pelo menos até o final deste ano.
Na avaliação das microrregiões, no entanto, o noroeste e o centro-oeste estão com Rt subindo, alcançando 1,37 e 0,57, respectivamente. Já a central sul está com média móvel crescente, em 0,57, e a sudoeste serrana estacionou num platô de 0,9 de média móvel de meados até o final de agosto.
Entre as dez microrregiões, além da continuação da tendência de queda na Grande Vitória, outra boa notícia é o nordeste, que se mantinha em perigosa alta há semanas e, neste último gráfico, mostrou queda da média móvel, que chegou a 1,08. O número no entanto ainda é alto, acima de 1, e num platô de 0,73 para o número de caso nas duas últimas semanas de agosto.
As demais quatro microrregiões seguem as tendências estadual e do interior, com ligeira queda em suas respectivas médias móveis e Rts.
O professor-doutor de Matemática da Ufes Etereldes Gonçalves Junior, membro do NIEE, lembra que os impactos da grande quebra do isolamento social ocorrida lamentavelmente durante o feriadão de sete de setembro, ainda não foram medidos. “Eles constarão nos gráficos da próxima semana”, informa.
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