Estrangeiro de 44 anos, internado nesta quarta, é monitorado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
O primeiro caso de varíola do macaco começou a ser investigado no Espírito Santo nesta quarta-feira (15). De acordo com a Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa), trata-se de um homem estrangeiro, de 44 anos. O caso é monitorado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O homem é comandante de uma embarcação marítima de carga procedente de Singapura e estava fundeado na costa capixaba. “Ao ser avaliado pela equipe médica responsável pela embarcação, o paciente relatou início de sintomas em 9/6/2022, febre de início súbito, erupções cutâneas que progrediram pelo corpo em 48 horas. Relatou ainda não ter tido contato com pessoas suspeitas ou confirmadas com a doença”, diz nota da secretaria.
A pasta informou ainda que, até o momento, não há novos suspeitos na embarcação. O homem com suspeita de contaminação foi internado nesta quarta-feira em uma área de isolamento de um hospital privado na Grande Vitória e apresenta bom estado geral. “Foi coletado material para ser enviado ao laboratório de referência na Universidade Federal do Rio de Janeiro”, informou a Sesa.
Em uma nota técnica do último dia 25 de maio, a secretaria já tinha alertado para o risco de circulação do vírus justamente por causa da intensa atividade portuária no Espírito Santo e, consequentemente, o alto fluxo de circulação de pessoas. “Faz-se necessária uma vigilância epidemiológica ativa e um olhar atento na circulação do vírus nos portos do Estado, principalmente do Porto de Vitória e da Barra do Riacho (Portocel). Suspeita de casos humanos de varíola dos macacos devem ser notificados imediatamente às vigilâncias municipais e estadual”, diz o documento assinado pelo subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin; e o gerente de Vigilância em Saúde, Orlei Amaral Cardoso.
A nota técnica tinha o objetivo de contextualizar e prever condutas frente ao surgimento de casos suspeitos da doença. Ao longo do texto, os especialistas ressaltam que não há tratamento comprovado e seguro para a infecção pelo vírus. “O tratamento para a varíola dos macacos é principalmente de suporte. A doença é geralmente leve e a maioria dos infectados se recupera dentro de algumas semanas sem tratamento”, ressaltaram.
As medidas de prevenção, como acrescentam, estão relacionadas à conscientização e educação da população sobre os fatores de risco, bem como à redução da exposição ao vírus. Até esta quarta-feira (15), o Brasil registra cinco casos confirmados da varíola dos macacos, sendo três em São Paulo, um no Rio Grande do Sul e um no Rio de Janeiro.
“A diminuição do risco de transmissão entre humanos está ligada à vigilância e à identificação rápida de novos casos para contenção do surto, como ocorrido nos EUA. Esta contenção incluiu extensos testes laboratoriais; implantação de vacina e tratamentos contra a varíola dos macacos; desenvolvimento de orientações para pacientes, profissionais de saúde, veterinários e outros tratadores de animais; rastreamento de animais potencialmente infectados; e investigação de possíveis casos humanos”, pontua a nota técnica da Sesa.