O subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, informou, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (16), que o Espírito Santo é o Estado com maior número de casos de Covid-19 em todo o país. O índice foi divulgado pelo Ministério da Saúde. Entretanto, o gestor atribui isso ao fato de que o Espírito Santo é a unidade federativa que mais faz testagens por ser o único que as disponibiliza em livre demanda. Ao todo, já foram feitos 4.600.000 testes. “Por isso, é natural que tenhamos o maior número de casos identificados”, diz.
A taxa de positividade nos testes de antígeno é de 7%. No de RT-PCR, 6%. Reblin divulgou dados que mostram que a sexta onda da Covid-19, iniciada no final de outubro do ano passado, já está se enfraquecendo, embora de maneira mais tímida se comparado a 4ª e 5ª ondas. De acordo com ele, naquele mês foram registrados 765 casos. Em novembro, 32,8 mil. No mês seguinte, 61,5 mil. Agora, em janeiro, até o momento foram 4,1 mil.
Também foram divulgados os números por Semana Epidemiológica (SE), que são 52. Na SE 44 foram 352. Na 45, quando começou a sexta onda, 1,7 mil. A de maior número de casos no ano passado foi a 49, com 21,1 mil. Na 50, começou a queda, mas Reblin não falou a quantidade de casos registrados nela. Na SE 1, já em 2023, foram 2,6 mil. Na que está em andamento, 20 casos correspondentes à análise de um dia.
O Ministério da Saúde também apontou o Espírito Santo como 9º colocado no número de óbitos. Reblin também mencionou estudo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) sobre excesso de mortalidade, calculando número de óbitos a mais do que se esperava se comparado com as mortes de causas naturais ao longo dos anos. Nesse estudo, o Espírito Santo está em 11º lugar. O subsecretário destaca que é preciso levar em consideração que em um estado com pessoas mais idosas os óbitos serão maiores e, de acordo com ele, junto com Santa Catarina o Espírito Santo é a unidade federativa mais longeva.
Reblin informou também que 73% dos óbitos por Covid-19 na pandemia foram de pessoas com mais de 60 anos. Em outubro do ano passado foram 6 óbitos. Em novembro, 25. No mês de dezembro, 107. Até o momento, foram registrados 24 falecimentos em janeiro. A taxa de letalidade durante a crise sanitária é 1,14. Na sexta onda, 0,6. “Dez vezes menor do que na pandemia inteira. Estamos mais vacinados”, diz, adicionando às motivações para a queda, medicamentos de combate à Covid-19 disponíveis nas unidades de saúde do Espírito Santo.
Entretanto, ainda há resistência à vacinação, uma vez que 65% das internações são de pessoas que não tomaram nenhuma vacina ou estão com esquema vacinal incompleto. Além disso, 33% dos idosos não tomaram dose de reforço. Uma das dificuldades impostas à vacinação, segundo Reblin, são as mentiras, termo que o gestor utiliza por considerar mais adequado do que Fake News.
A quinta dose para pessoas com maiores de 18 anos e que têm comorbidades está disponível, mas há intermitência de abastecimento de vacinas para os menores de 12 anos. Algumas cidades ainda têm no estoque, outras não, mas não foram detalhadas quais. A previsão é de que ainda este mês haja vacina para regularizar essa situação. Quanto à subvariante da Ômicron, a XBB 1.5, ela ainda não foi detectada no Espírito Santo.
Aedes Aegypti
Reblin alertou para a proliferação do Aedes aegypti por causa do verão e apontou para o aumento do número de casos de Dengue. Na SE 49, foram 176 casos. Na 50, o registro foi de 284. Nas SEs 1 e 2, já em janeiro de 2023, foram exatamente 718 em cada uma delas. Nessas duas primeiras semanas, os casos de Chikungunya foram, respectivamente, 25 e 34. Já os de Zika foram 6 e 3.