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Mais de 262 mil capixabas não completaram o ciclo vacinal, calcula Fiocruz

Metade dos atrasos ocorre com a AstraZeneca. No país, estimativa é de 14 milhões com D2 em atraso

O Espírito Santo tem 262,4 mil pessoas com a vacinação contra a Covid-19 em atraso, segundo informa a segunda edição do Boletim VigiVac da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia, divulgada nesta quinta-feira (4). A publicação indica ainda 14 milhões de pessoas com atraso na segunda dose no Brasil, o dobro do registrado em 15 de setembro, quando foram registrados cerca de sete milhões.

Os números resultam da análise dos dados individuais anônimos fornecidos pela Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19 do Ministério da Saúde (MS) até o dia 25 de outubro e consideram o quantitativo de pessoas que estavam sem a D2 passados 15 ou mais dias da data estabelecida para o respectivo imunizante, tendo sido definido o intervalo ideal de 84 dias para a AstraZeneca e Pfizer e de 28 dias para a Coronavac.

Tanto em âmbito nacional quando estadual, a maior parte dos atrasos ocorre com a AstraZeneca, que, no Espírito Santo, registra metade dos atrasos, com 130 mil faltosos; seguida da Coronavac (82 mil) e da Pfizer (50,3 mil).

Todos os municípios capixabas estão com pessoas em atraso, sendo Vila Velha o tem o maior contingente (32,3 mil), seguido de Serra (29,9 mil), Cariacica (25,6 mil), Colatina (18,6 mil) e Vitória (17,3 mil).

Segundo os dados do Ministério, cerca de 50% dos atrasos são superiores a 30 dias e por volta de 14% maiores que 90 dias da data prevista. As informações estão disponíveis no Painel de Atraso de Segunda Dose de Vacina, desenvolvido pela Fiocruz Bahia, que acompanha o cumprimento do esquema vacinal, a fim de apoiar os gestores na identificação de municípios que precisam de suporte para acelerar a vacinação da segunda dose. Os dados são atualizados semanalmente e podem ser visualizados de forma interativa, nos âmbitos municipal e estadual, por tipo de vacina.

Os pesquisadores observam que esse resultado pode ser justificado por alguns fatores: como atrasos da segunda dose, demora para registro e envio dos dados para a base do MS, esgotamento e sobrecarga das equipes de gestão, vigilância e atenção à saúde, disseminação de notícias falsas sobre a imunização, e falta de estoque de reserva de imunizantes e mortalidade. “É necessária uma análise cuidadosa, por parte dos gestores locais de saúde, para identificar localmente as mais prováveis causas do atraso. Este diagnóstico será útil para orientar as ações de estímulo à população para completar o esquema vacinal”, alertam os cientistas.

“É fundamental adotar estratégias para aumentar a adesão ao esquema vacinal completo, uma vez que os estudos sobre efetividade de vacinação têm demonstrado que a proteção contra infecção, hospitalização e morte é significativamente maior no grupo com esquema vacinal completo quando comparado com o grupo com apenas uma dose da vacina. Também foi mostrado que a proteção contra as novas variantes do Sars-CoV-2 é mais efetiva somente após duas doses da vacina”, afirmam os cientistas.

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