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‘Existem ameaças que não estão sob nossa governança’

Nésio Fernandes aponta que falhas do governo federal podem acarretar na falta de insumos em hospitais públicos e privados

O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, afirmou nesta sexta-feira (19), ao lado do gerente Estadual de Vigilância Sanitária em Saúde, Orlei Cardoso, que existe “risco real de falta de insumos caso decisões nacionais não sejam tomadas”. Isso pode acontecer, como alerta, tanto na rede pública quanto privada. Ele destaca que reverter essa situação é algo que não depende somente dos gestores estaduais e municipais. “Existem ameaças que não estão sob nosso controle. O país está em crise”, ressaltou.

Nésio relata que, no Espírito Santo, há estoque de medicamentos e insumos, adquiridos em fevereiro e março. Um “robusto” de itens de menor quantidade para os próximos 30 dias e um de maior quantidade para até 60 dias. Entretanto, a falta de uma coordenação nacional, de “atendimento logístico à altura da demanda, impede a capacidade das redes privada e pública de enfrentar e resistir ao colapso” em todo o Brasil, inclusive no Espírito Santo. O secretário destaca que a necessidade de ampliação de leitos amplia, também, a necessidade de aquisição de insumos.

Ele fez críticas ainda à Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, por não atuar “na velocidade necessária diante do comportamento da pandemia”. Por isso, na próxima segunda-feira (22), o governo do Estado irá divulgar informações sobre as variantes do coronavírus no Espírito Santo, com base em análises que serão feitas neste final de semana, indicando não somente quais podem estar no Estado, mas também a mudança de comportamento das mesmas durante a crise sanitária e os territórios onde mais se concentram.

Outra informação a ser apresentada na próxima segunda é o início, como ação de transparência, de um censo no qual será disponibilizada a taxa de ocupação de leitos de pacientes com Covid-19 e sem a doença. As redes privada e filantrópica também disponibilizarão suas informações.

Quanto à questão dos leitos, Nésio afirmou que existe uma demanda pré-hospitalar e a de pessoas que estão em enfermaria, podendo ter seu estado de saúde agravado e ter que migrar para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Também na próxima semana, mas ainda sem dia definido, será apresentada proposta de fila única na rede privada. Assim, será possível que o paciente de plano de saúde não seja removido para o Sistema Único de Saúde (SUS), pois a gestão pública estadual pagará o valor praticado nas diárias de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a rede privada.

Quadros leve, intenso e grave

O Secretário de Saúde explicou que, em casos de sintomas leves, é preciso procurar a saúde básica; intensos, o Pronto Socorro; graves, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Nas cidades onde não tiver Samu, é preciso procurar as unidades de urgência e emergência.

A automedicação, alertou Nésio, tem aumentado a demanda do Samu para atendimento domiciliar, pois as pessoas, ao sentirem os sintomas, não procuram a assistência de saúde, confiando em remédios sem comprovação científica de eficácia contra a Covid-19.

O secretário também anunciou 30 novos leitos de enfermaria, que serão acoplados ao Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, norte do Estado, em parceria com a Suzano, e a distribuição de 60 mil oxímetros para os municípios na próxima semana.

A possibilidade de construção de hospitais de campanha foi descartada, pois, segundo Nésio, “são frágeis, temporários e caros, com foco em enfermarias, sendo que o gargalo é UTI”.

O secretário acredita que a quarentena, caso os protocolos sanitários sejam cumpridos, possibilitará a redução da pressão assistencial em casos de traumas, permitindo mais possibilidade de atendimento de pacientes de Covid-19. Além disso, pode reduzir a velocidade de aceleração da curva de casos e óbitos.

‘Manifestações de Morte’

Nésio chamou de “manifestações de morte” os protestos contra as medidas restritivas da gestão de Renato Casagrande em prevenção à Covid-19. O secretário voltou a enfatizar a necessidade de respeito à quarentena, proposta por meio “de um pacto amplo com os poderes e prefeitos responsáveis, republicanos e democratas”. As manifestações foram consideradas por ele como “indevidas e inoportunas”.

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