Variante Delta pode fazer com que Estado saia da tendência de estabilidade, aponta Ethel Maciel
Para a análise, são consideradas as tendências de curto prazo, referente às últimas três semanas, e de longo prazo, que correspondem às últimas seis semanas. De acordo com o boletim, o Espírito Santo está entre os estados onde foram registrados sinais de estabilidade nas tendências de curto e longo prazo.
O mesmo não se aplica a toda a região Sudeste. O Rio de Janeiro, por exemplo, está entre os três estados que apresentaram sinal de crescimento na tendência de longo prazo da SRAG. Acre e Mato Grosso do Sul são as outras duas Unidades Federativas que apresentam essa tendência de crescimento nas últimas seis semanas.
A epidemiologista e professora da Universidade Federal do Estado (Ufes) Ethel Maciel acredita que o avanço registrado em outros estados pode chegar ao Espírito Santo, provavelmente em razão da contaminação pela variante Delta. Nessa segunda-feira (9), o Ministério da Saúde informou a existência de sete casos da nova cepa no Estado.
Nas redes sociais, ela destacou que o impacto da nova cepa já era previsível. “Estamos falando desde junho da variante Delta. Seria uma tragédia evitável, mas parece que teimamos em não aprender e não usamos o tempo a nosso favor. Ainda vai piorar antes de melhorar. Vamos seguir as medidas de controle do vírus e quando chegar sua vez: vacine-se”.
Um dos fatores que contribuem para a estabilidade dos números é a imunização. De acordo com o painel Covid-19, o Espírito Santo já conta com mais de 3 milhões de doses aplicadas. “Mas tem pouca gente com as duas doses. A vacinação completa poderia conter o avanço”, explica a professora.
Os resultados divulgados pela Fiocruz correspondem à semana epidemiológica 31, que vai do dia 1 a 7 de agosto de 2021. Os pesquisadores observaram a interrupção na tendência de queda do número de casos e óbitos causados pela de Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Quando se trata da análise da tendência a longo prazo, o Brasil apresenta estabilidade na notificação de casos da síndrome. No entanto, ao analisar o comportamento da SRAG a curto prazo, o boletim aponta para um sinal moderado de crescimento.
O documento alerta para a necessidade de manutenção dos cuidados para refrear essa possibilidade de crescimento da doença no Brasil.
“O presente boletim mantém a recomendação da cautela em relação às medidas de flexibilização das recomendações de distanciamento para redução da transmissão da Covid-19 enquanto a tendência de queda não tiver sido mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos, bem como a necessidade de reavaliação das flexibilizações já implementadas nos estados com sinal de retomada do crescimento ou estabilização ainda em patamares elevados”, informa.
Informações do Painel Covid-19 atualizados nesta sexta-feira (13), apontam que o Espírito Santo registrou mais de 12 mil óbitos causados pelo coronavírus. Ao todo, são 550,4 mil casos confirmados desde o início da pandemia, em março de 2020.