Os trabalhadores da saúde que estavam acampados no Palácio Anchieta, no Centro de Vitória, voltaram para suas casas após ficarem cerca de 24 horas no local. O acampamento chegou ao fim depois de ser agendada, para primeiro de dezembro, uma reunião entre representantes dos servidores e o governador Renato Casagrande (PSB), para que possam apresentar as reivindicações da categoria
O agendamento da reunião, relata a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública no Espírito Santo (Sindisaúde), Geiza Pinheiro, ocorreu após ela e outro trabalhador se acorrentarem no portão do Palácio Anchieta como forma de protesto contra a falta de diálogo por parte da gestão estadual e por se sentirem ameaçados. Geiza afirma que policiais militares encapuzados e munidos de spray de pimenta apareceram no local.
O acampamento teve início nessa quarta-feira (24), com a promessa por parte dos trabalhadores que somente sairiam de lá quando fossem recebidos pelo governador, inclusive, não descartando a possibilidade de greve caso não fossem ouvidos.
As reivindicações são a correção da tabela de subsídios e recomposição das perdas salariais. Desde 2015, os trabalhadores da área não recebem nenhuma reposição salarial, o que já soma um acúmulo de perdas de mais de 50%. O sindicato luta também por correção no valor do vale-alimentação, que há mais de 10 anos está em R$ 300,00.
Além de fazer o acampamento, os trabalhadores protocolaram ofício no Palácio Anchieta. No documento, o sindicato solicitou a reunião em caráter de urgência e recordou que foi protocolado ofício em três de novembro deste ano, solicitando abertura de diálogo, mas sem que houvesse resposta por parte da gestão estadual. Também rememorou que diversos órgãos estaduais já foram procurados para solicitar que o diálogo acontecesse, como a Subsecretaria de Governo.
Em cinco de novembro, o sindicato fez uma manifestação em frente à Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger), também no Centro de Vitória. Devido ao protesto, representantes do Sindsaúde foram recebidos pelo subsecretário de Administração e Desenvolvimento de Pessoas, Charles Dias de Almeida, que assumiu compromisso de apresentar proposta de correção.
O assunto voltou a ser discutido na última quinta-feira (18), em reunião entre a entidade e o secretário Gestão e Recursos Humanos, Marcelo Calmon Dias. Geiza informa que o gestor falou que não há base técnica para incluir auxiliares administrativos e vigias na correção da tabela de subsídios. Entretanto, o Sindisaúde reivindica a inclusão dessas categorias, além da efetivação da correção para auxiliares de enfermagem, de serviços gerais e de serviços médicos e almoxarife, já que a gestão estadual falou que contemplaria esses cargos, mas ainda não o fez.
A reivindicação, segundo Geiza, é que contemplando esses grupos, seja possível, ainda em 2021, fazer isso com outros cerca de 50 cargos. As negociações para a correção da tabela de subsídio começaram no primeiro mandato do governador Renato Casagrande, entretanto, pararam no do ex-governador Paulo Hartung (sem partido), sendo retomadas em 2019, com a volta de Casagrande à gestão estadual.