terça-feira, novembro 26, 2024
26.6 C
Vitória
terça-feira, novembro 26, 2024
terça-feira, novembro 26, 2024

Leia Também:

Lesões nas mãos e punhos representam mais de 43% dos acidentes de trabalho

O Comissão de Saúde da Assembleia trouxe um tema importante para discussão nesta terça-feira (28): os acidentes de trabalhos envolvendo as mãos e os punhos do trabalhador. De acordo com o cirurgião Leandro Azevedo Figueiredo, no Brasil, acontecem anualmente 700 mil novos acidentes de trabalho. Quase metade envolve esses dois membros. Segundo o médico, os dados no País justificam a implantação de ao menos um hospital especializado em cada capital brasileira.
 
Figueiredo afirmou que a Previdência gasta mais de R$ 25 bilhões por ano apenas com o auxílio-doença e esse valor poderia ser reduzido com a criação de centros especializados nesse tipo de acidente. “Das 20 principais doenças que afastam a pessoa do trabalho, as três primeiras estão relacionadas à mão e ao punho”. Para o médico, isso ainda não aconteceu, pois o “apelo social” de um acidentado nesses casos é menor e o tema termina por não receber a importância que merece. 
 
O médico esclareceu que os acidentes nas mãos e punhos costumam inabilitar o trabalhador por até seis meses a um ano, quando o paciente não recebe o tratamento especializado. Se a vítima receber atendimento especializado, o tempo de recuperação reduz para 30 a 90 dias. 
 
Segundo o médico, que é presidente do Instituto de Cirurgia da Mão e Microcirurgia do Espírito Santo, essa diferença no atendimento representaria uma economia para o Estado, já que o trabalhador poderia retomar mais rapidamente suas atividades, reduzindo os gastos com seguridade social. 
 
Além de um hospital especializado em lesões de membros superiores, o Figueiredo também apresentou um projeto itinerante para tratar das lesões relacionadas às mãos. No “Mãos sem fronteiras”, um ônibus equipado com um pequeno centro cirúrgico percorreria comunidades carentes do Espírito Santo, também para atender a casos de fraturas em mãos. “Essa seria uma possibilidade mais rápida de ser implementada e a iniciativa já existe em outros Estados”.
 
As mãos, explicou o médico, são estruturas constituídas, cada uma, por 28 ossos, impulsionadas por mais de 30 músculos e controladas por uma massa cerebral equivalente a quase um terço do córtex motor e sensitivo. Esses membros têm um papel essencial na relação das pessoas com o meio em que vivem. Há quem diga que, como os olhos, as mãos são uma extensão do cérebro. Além da capacidade de apreender objetos e transformá-los em ferramentas, as mãos possuem uma característica única: a estereognosia, ou a capacidade de “enxergar”. 
 
Dicas
 
O cirurgião Leandro Azevedo Figueiredo apresentou algumas dicas importantes para pessoas que sofrem lesões nas mãos. Segundo o cirurgião, o paciente deve pôr apenas gelo, mas nunca em contato direto com a lesão. “E não colocar nada mais, já chegaram pacientes com borra de café, pasta de dente e até esterco no membro acidentado, tudo isso só ajuda a contaminar”, explicou. Ele diz ainda que é necessário um pano limpo e que seja feita  uma pequena compressão no local, mas não um torniquete. 
 
“Em caso de perda do membro, o segmento amputado é colocado em uma bolsa de plástico e essa bolsa é colocada em contato com o gelo”, detalhou o médico, reforçando a necessidade do hospital especializado.
 
“Fez todos os procedimentos certos, mas vai levar pra onde? Não há especialistas de mão de plantão, apenas um hospital público em Belo Horizonte, tem dois especialistas que fazem plantão. Isso deveria existir em cada capital do país”, defendeu o cirurgião. (Com informações da Web Ales)

Mais Lidas