A transferência foi feita pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) sem diálogo com a sociedade civil e com a prefeitura do município. Em 2015, a possibilidade desta mudança já havia provocado protestos por parte da população e de servidores do Dório Silva.
A mudança gera impactos significativos à população tanto da Serra, que beira o meio milhão de habitantes, quanto de municípios do norte do Estado e até do sul da Bahia que buscam atendimento na unidade. Com a transferência, os moradores da Serra terão de se deslocar mais de 20 quilômetros para usarem os serviços da Utin, assim como os servidores do Dório Silva.
A Sesa alega que vai manter o número total de leitos de terapia neonatal, mas vai qualificar quatro leitos de cuidados intermediários, transformando-os em leitos de terapia intensiva, o que vai ampliar de 26 para 30 o número de leitos de Utin. No entanto, os moradores da Serra pedem que, em vez de transferirem os leitos de Utin, eles sejam qualificados no próprio Dório Silva.
Além disso, como já discutido em outras ocasiões, os usuários apontam que a transferência acarretará mais demanda por remoções, que podem ultrapassar 24 horas para serem atendidas, colocando a vida de pacientes em risco.
O deslocamento de mães e familiares até de outras regiões para o Himaba também é ponto sensível. O Dório Silva já atende à população hipossuficiente e, com a transferência dos leitos de Utin para Vila Velha, essa parcela de usuários pode enfrentar mais dificuldades de acessos aos serviços do Himaba.
