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Morrem pacientes com 49 e 30 anos, sem informações de comorbidade

ES tem 1.453 casos e 43 mortes (seis nesta 5ª). Previsão é reservar 300 leitos de UTI até o final do mês

Sem informações de comorbidade e com menos de 50 anos de idade, chamou atenção, nesta quinta-feira (23), o registro de dois casos que fugiram ao perfil até então verificado no Espírito Santo entre as vítimas fatais da Covid-19.

Dos seis óbitos registrados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), um foi de uma mulher de 49 anos, moradora da Serra, e de um homem de 30 anos, morador de Cariacica. Ambos sem informações de comorbidades, como apontou a pasta.

Os demais foram: dois homens de 59 anos e 52 anos, residentes em Vila Velha; um homem de 79 anos, residente da Serra; e um homem de 57 anos, residente em Vitória, os quatro com comorbidades não detalhadas pela Secretaria.

Com os seis, sobe para 43 o total de óbitos no Estado em função do coronavírus. Já o total de pacientes curados, segundo o Painel Covid, é de 370, o que corresponde a 25% do total de 1.453 casos confirmados para a doença.

Desse total, 102 foram confirmados nas últimas 24 horas, 72 deles nos quatro maiores municípios de Grande Vitória: Vila Velha (23), Vitória (21), Serra (19) e Cariacica (21). Os demais 30 foram distribuídos no interior do Estado e também atribuídos a municípios do Rio de Janeiro.

O Painel mostrou ainda a realização de 592 testes RT-PCR – considerado o melhor para Covid-19 – até o momento e uma taxa de letalidade média no Estado de 2,92%.

UTI

Em pronunciamento, o governador Renato Casagrande (PSB) destacou a taxa de letalidade do Estado menor que 3%. “Esperamos que continuemos com uma taxa menor que de países que também cuidaram antecipadamente do seu sistema de saúde”, rogou, anunciando a disponibilidade, nesta data, de 177 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivas para a Covid-19. “Até o final da próxima semana, o final do mês, estaremos com 300”, afirmou.

As atuais estão principalmente no Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves, na Serra, o principal hospital de referência para o coronavírus no Estado, com 110 leitos. E as demais estão em outros hospitais da Grande Vitória e também do interior, como Roberto Silvares, em São Mateus; Sílvio Avidos, em Colatina; Santa Casa de Misericórdia, de Cachoeiro de Itapemirim; e Dório Silva e Infantil de Vitória.

“Continuamos no trabalho da busca de respiradores. Compramos poucos. Enquanto não chegam, não podemos deixar de ampliar o número de leitos, e o que mais nos preocupa é UTI. Estamos credenciando leitos de UTI em hospitais filantrópicos, que são extraordinários parceiros e em negociação também com hospitais privados”, informou.

Inquérito sorológico

Também na virada do mês, está previsto o início dos testes que serão realizados para o Inquérito Sorológico da Covid-19 no Espírito Santo. O estudo auxiliará o Governo do Estado a identificar o percentual da população capixaba que já teve contato com o novo Coronavírus (Covid-19) e será realizado bem quatro etapas, com intervalo de 15 dias entre cada uma.

Para cada etapa serão testadas cerca de oito mil amostras, totalizando aproximadamente 32 mil testes em 27 municípios selecionados: Afonso Cláudio, Alegre, Aracruz, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Colatina, Conceição da Barra, Ecoporanga, Guaçuí, Guarapari, Iúna, Linhares, Marataízes, Nova Venécia, Pedro Canário, Santa Maria de Jetibá, São Gabriel da Palha, São Mateus, Serra, Sooretama, Venda Nova do Imigrante, Viana, Vila Velha e Vitória.

Serão realizados sorteios para escolha de regiões dentro de cada município, assim como para a escolha do domicílio e do cidadão que participará do questionário a ser aplicado por técnicos da saúde. Além do questionário, será feito um teste rápido para identificação de anticorpos contra o novo coronavírus, cujo resultado estará disponível em 15 minutos.

No caso do paciente sorteado ser positivo, os demais moradores do imóvel serão testados, entretanto, a notificação para o inquérito será do residente entrevistado. Além disso, se a equipe encontrar residentes com sintomas respiratórios, independentemente do resultado do teste, essa pessoa será orientada ou, se necessário, encaminhada para atendimento em unidade referenciada.

A utilização desse modelo, de acordo com o gerente da Vigilância em Saúde da Sesa, Orlei Amaral Cardoso, é uma das melhores alternativas para investigar o comportamento da doença. “O inquérito é uma estratégia recomendada pela Organização Mundial da Saúde, que fornece resultados confiáveis da taxa de infecção na população, expondo o cenário da situação da doença no Estado”, disse.

Samu 192

Outra ação de destaque da Sesa foi o reforço do Serviço Móvel de Urgência (Samu) – 192, que se expandiu para mais cinco municípios: Santa Leopoldina, Conceição do Castelo, Laranja da Terra, Ibatiba e Domingos Martins, totalizando mais 100 mil pessoas que passaram a contar com o Samu, não só durante a pandemia, mas para todas as situações durante e após a crise.

Ao comentar os números do país, que chegou ao patamar de mais de 400 mortes por dia, Casagrande enfatizou a necessidade de distanciamento. “Todo cuidado é necessário, todo distanciamento é necessário, toda sensibilidade, capacidade de convencer as pessoas que ainda não estão convencidas que a gente precisa caminhar efetivamente de outro jeito a partir de agora”, disse.

Máscaras

“Faço um apelo pra que as pessoas tenham a máscara como acessório importante pra que a gente se proteja e proteja outras pessoas”, apelou, lembrando que o uso de máscaras nas ruas e estabelecimentos comerciais e públicos é obrigatório na Grande Vitória e em Alfredo Chaves, os seis municípios classificados como de Alto Risco no Mapa de Gestão de Risco. “Nos outros municípios é recomendado, mas muito fortemente, é preciso que as pessoas usem a máscara”, clamou. “Cada um tem que ter sua responsabilidade”, ressaltou.

“Temos que estar atentos a tudo o que a gente for fazer no dia a dia para evitar o contato físico, mantemos o distanciamento e o isolamento das pessoas de risco, evitar de qualquer forma, qualquer tipo de aglomeração”, orientou.

“A crise sempre afeta as pessoas mais vulneráveis. Que virtualmente possamos todos dar as mãos. Muito triste ver debate político rasteiro num momento em que pessoas estão perdendo vidas. Que a gente numa hora dessas possa ultrapassar qualquer diferença e consiga administrar essa crise da melhor forma possível”, pediu o governador.

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