Entidades da sociedade civil vão lançar uma campanha em defesa da saúde pública de Cariacica. A intenção é mobilizar a população na luta por melhorias nas políticas do setor no município. Para isso, um ato público será realizado no próximo dia 9, às 17h, em frente à prefeitura, localizada às margens da BR-101, no bairro Alto Lage.
De acordo com um do organizadores do movimento, o vereador Professor Elinho (PV), Cariacica se encontra com unidades de saúde sucateadas e sem profissionais suficientes para atender a demanda. Além disso, diversas equipes da Estratégia do Programa de Saúde da Família (PSF) foram descredenciadas pelo Ministério da Saúde por falhas da gestão municipal, precarizando ainda mais o serviço.
Outro agravante: a Unidade de Pronto Atendimento (PA) de Flexal, construída há anos, segue de portas fechadas. A população da cidade sente dificuldades para realização de exames simples e precisa madrugar nas filas para marcar uma consulta. Por fim, em vários fins de semanas, unidades de Pronto Atendimento estão sem médicos plantonistas, entre outros sérios problemas.
“O prefeito Geraldo Luzia Júnior [Juninho (PPS)] tenta ainda, sem consultar a população, entregar o PA do Trevo de Alto Laje para uma organização privada que receberá R$ 30 milhões por ano, sem qualquer garantia de melhora no atendimento. Pelo contrário, estudos revelam que este modelo de gestão piora a prestação de serviços, é mais vulnerável à corrupção e ainda dificulta a fiscalização pelo Conselho de Saúde”, disse.
Uma verdadeira batalha tem se travado entre os movimentos sociais e o prefeito. Por enquanto, Juninho tem conseguido êxito. Apesar de decisões do Tribunal de Contas e investigações do Ministério Público, a privatização do PA do Trevo, já cancelada duas vezes, tem seguido com abertura dos envelopes e escolha da Organização Social (OS) que vai assumir a gestão da unidade.
Estado cancela terceirização
O modelo de terceirização, que entrega a gestão das unidades públicas de saúde à iniciativa privada, tem sido questionada há anos pelos movimentos sociais, sobretudo os que militam por saúde pública de qualidade, sem a invasão do empresariado, que tem tomado conta internamente do Sistema Único de Saúde, o SUS.
Diante da pressão, o Governo do Estado, na figura da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), suspendeu, no último dia 25 deste mês, a abertura dos envelopes de processos licitatórios que escolheriam duas Organizações Sociais (OSs) para assumir a gestão dos hospitais Silvio Avidos, em Colatina (noroeste do Estado), e Antônio Bezerra de Farias, em Vila Velha (região metropolitana).
O Governo Paulo Hartung estava decidido a entregar a gestão de seis hospitais estaduais à iniciativa privada, na figura das Organizações Sociais (OSs), até o fim do seu mandato. Além do Silvio Avidos e Bezerra de Farias, estavam na mira da privatização o Hospital Dr. Alceu Melgaço Filho, em Barra de São Francisco; Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus; Dório Silva, na Serra; e Infantil, de Vitória.