As gestões municipais podem adotar medidas mais restritivas na condução da pandemia da Covid-19, desde que não flexibilizem as ações do Governo do Estado. A afirmação foi feita na manhã desta segunda-feira (28) pelo secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, que voltou a ressaltar preocupações com o período do verão e a circulação de turistas, que podem aumentar a transmissão do vírus no Espírito Santo.
O subsecretário de Saúde, Luiz Carlos Reblin, afirma que os municípios litorâneos podem, por exemplo, limitar a quantidade de tendas nas praias. “As cidades turísticas que estão em risco alto devem acompanhar o desenvolvimento da pandemia, ver onde há mais transmissão, verificar condição de funcionamento e adotar medidas de fiscalização”, orienta. De acordo com o subsecretário, organizações como o Corpo de Bombeiros estão à disposição dos municípios, mas “o interesse maior é a atuação preventiva”.
As cidades litorâneas que estão em risco alto para Covid-19 são Guarapari, na Grande Vitória; e Linhares e São Mateus, no norte do Estado, como aponta o
mapa de risco que entrou em vigor nesta segunda-feira (28) e prevalece até o próximo domingo (3). As demais cidades em risco alto são Água Doce do Norte, Governador Lindemberg e Mantenópolis, no norte e noroeste do Estado; e Alfredo Chaves e Irupi, na região serrana e sul. Há 51 municípios em risco moderado e 19 em risco baixo.
Durante a festa de Natal, a ocupação hospitalar esteve sem pressões assistenciais para Covid e outras enfermidades, um comportamento que, segundo Nésio, não significa queda nas contaminações e era esperado, pois se trata de um período no qual as pessoas relevam mais os sintomas das doenças que vivem. O secretário informou também que até esta terça-feira (29) serão abertos mais 37 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ratificou a necessidade de prevenção nas festas de fim de ano.
“O verão e as festas podem gerar mais transmissão, mais interação social, deslocamentos, por isso, é preciso redobrar os cuidados”, diz. Ainda segundo Nésio, o número de óbitos por Covid-19 no hospital Jaime dos Santos Neves é de cerca de nove por dia, sendo que a unidade já chegou a registrar uma média de quatro e já teve 18 como índice mais alto. “Estamos na metade do índice mais alto. Ainda nos incomoda a quantidade de óbitos. A fase de aceleração da pandemia, que começou no final de outubro, permanece”, frisa.
Quanto à vacinação, Nésio informou que a gestão de Renato Casagrande (PSB) permanece em diálogo com as indústrias, mas salienta a dificuldade que é um estado fazer negociações. “As nações têm um peso muito grande na negociação, é difícil para um estado negociar e o Governo Federal está protelando. Vamos persistir na busca por alternativa e na pressão para que o calendário de vacinação com datas para imunização de toda a população brasileira seja feito. Não dá para aceitar que não haja um calendário”, criticou.