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‘Não precisa do aval do STF, se tem dinheiro para pagar’, critica Sindienfermeiros

Valeska Fernandes critica medida do governo do Estado em pedir ao STF revogação parcial da suspensão do piso da categoria

A gestão de Renato Casagrande (PSB) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação parcial da suspensão do piso salarial da Enfermagem, para poder pagar a partir de 1º de janeiro de 2023. A medida, acredita a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Espírito Santo (Sindienfermeiros), Valeska Fernandes, é desnecessária. “Não precisa de aval do STF, para fazer algo que tem dinheiro para pagar”, critica.

O documento encaminhado ao STF é assinado pelo governador, pelo procurador-geral Jasson Hibner Amaral e pelo procurador Igor Gimenes Alvarenga. O pagamento do piso para os servidores, trabalhadores dos hospitais filantrópicos e os que atuam em estabelecimentos de saúde administrados pela Fundação Inova, foi um compromisso assumido por Casagrande com a categoria no segundo turno das eleições.

Valeska informa que, na semana passada, o sindicato se reuniu com o secretário estadual de Saúde, Tadeu Marino, para dialogar sobre a implementação do piso no Espírito Santo. O gestor disse que ia conversar com a Procuradoria Geral do Estado (PGE), pois há uma suspensão do pagamento do piso por parte do STF.
A dirigente sindical afirma que foi destacado para o secretário que, quando Casagrande assumiu o compromisso, garantiu que essa iniciativa não traria impacto financeiro. Além disso, foi recordado que o piso já havia sido suspenso. “Não sei exatamente o que o Governo do Estado quer com esse pedido ao STF. Talvez queira configurar nacionalmente como um Estado que quer pagar o piso, mas não vemos necessidade de aval do STF”, reitera Valeska.
A presidente do Sindienfermeiros acredita que se o compromisso firmado por Casagrande com a Enfermagem não se concretizar ou demorar a ser colocado em prática, em virtude do posicionamento contrário do STF ou da falta de uma resposta imediata, o governador terá sua imagem desgastada perante a categoria.
Histórico
Após aprovação do Projeto de Lei 2564/20, de autoria do senador Fabiano Contarato (PT), que estabelece o piso salarial nacional da Enfermagem, foi aprovada a Proposta de Emenda Constitucional 11/2022, PEC da Enfermagem, promulgada em 14 de julho, passando a ser Emenda Constitucional 124. A Emenda determina que uma lei federal instituirá o piso, que será de R$ 4,7 mil para enfermeiros; R$ 3,2 mil para técnicos de enfermagem; e R$ 2,7 mil para auxiliares e parteiras.

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