Estado contabiliza 95 mil capixabas não vacinados. Pico da 4ª onda é previsto para esta e a próxima semana
No Espírito Santo, pessoas não vacinadas correm 56 vezes mais risco de morrer por Covid-19 do que pessoas com esquema vacinal completo e 30 vezes do que as pessoas que tenham tomado ao menos uma dose do imunizante.
As conclusões foram divulgadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na tarde desta terça-feira (1), em entrevista coletiva concedida pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e o subsecretário de vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, após análise dos dados médicos dos 152 primeiros óbitos pela doença registrados em janeiro de 2022.
A análise apontou que 68,42% das pessoas que evoluíram a óbito nesse período são idosas. Em relação ao perfil vacinal, 65% estão com esquema vacinal atrasado ou incompleto e 16% não tomaram nenhuma dose. Somados, os dois grupos correspondem a 81% dos óbitos, mas configuram um percentual proporcionalmente bem menos representativo da população.
Os 16% dos que morreram sem terem tomado nenhuma dose da vacina, por exemplo, configuram menos de 3% da população (95 mil adultos). Segundo a Sesa, quase 97% dos capixabas já tomaram a primeira dose, 88% tomaram duas doses e 30% tomaram o reforço. “É inegável para a comunidade cientifica o efeito sobre o risco de óbito garantido pelo esquema vacinal completo”, salientou o secretário, Nésio Fernandes.
A expectativa do governo do Estado é ter, até o dia 15 de março, a disponibilidade de vacinas para todas as crianças na faixa etária de cinco a 11 anos, o que vai permitir ao Estado alcançar mais de 90% de cobertura vacinal com duas doses no primeiro semestre, incluindo crianças e adolescentes.
O ritmo atual é de seis mil doses aplicadas por dia no público pediátrico e a secretaria quer chegar a seis ou sete mil por dia, seja por meio de campanhas municipais nas sextas e sábados, seja com campanhas dentro das escolas.
Passaporte vacinal
No sentido de fortalecer o incentivo à imunização das crianças e adolescentes, o Estado disponibilizará, ainda esta semana, um acesso rápido dos pais, mães e responsáveis ao documento que autoriza a vacinação de seus dependentes menores de idade.
“Temos experiências de outras campanhas de vacinação, onde ocorre muita ociosidade das equipes, devido à falta de autorização dos responsáveis sobre os menores. Nós queremos garantir que o retorno das aulas aconteça num ambiente de ampla mobilização pela vacinação das nossas crianças”, disse Nésio Fernandes.
Pico da quarta onda já começou
O momento atual, ressaltaram os dois gestores da Sesa, é de início do maior pico de contaminações da quarta onda da pandemia, que deve se estender até e segunda semana de fevereiro. Estamos em alta aceleração das curvas de óbitos, internações e infecções, mesmo que um pouco menor a velocidade dos óbitos em relação às ondas anteriores.
“Nesta e na próxima semana devemos alcançar o pico máximo de contaminações. Na segunda quinzena de fevereiro é possível que estaremos vivendo a recuperação da curva de casos”, prevê o secretário, acrescentando que o número de óbitos vai continuar alto durante todo o mês, pois eles demoram um pouco mais para cair, após a queda das contaminações.