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No mês de combate à Aids, evento enfatiza resgate histórico e prevenção 

No mês escolhido pelas organizações de saúde para conscientização e luta contra a Aids, a Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold) realiza, no próximo dia 17, às 19 horas, o evento “A História da Luta da Aids no Espírito Santo”. Uma série de palestras vai fazer o resgate do importante papel da ONG Grupo Pela VIDDA (Vida, Integridade e Dignidade do Doente de Aids), umas das primeiras do Estado a trabalhar com a prevenção ao HIV/AIDS, e também a necessidade de se continuar investindo em prevenção, sobretudo entre os jovens.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), desde 1985, foram 15,3 mil infectados pelo HIV no Estado, quantitativo que, em 2018, estava em 12,2 mil. Outro agravante, neste momento: há cerca de 1,5 mil pacientes que abandonaram o tratamento. Entre os grupos mais vulneráveis estão adolescentes e jovens. O público entre 20 e 34 anos registrou um crescimento entre os infectados. Em 2014, por exemplo, 48% das vítimas eram dessa faixa etária, segundo dados do Ministério da Saúde. Atualmente, o número chega a 57%.

Segundo Deborah Sabará, presidente da Gold, estarão presentes dois importantes ativistas contra a doença em sua fase mais mortal, os anos 80, quando ainda não havia os coquetéis que impediam o avanço para o desenvolvimento da doença. São eles Amelia Lobato Portugal e Nilton Poletto, da ONG Grupo Pela VIDDA (Vida, Integridade e Dignidade do Doente de Aids). 

Nesse tempo, Amélia Portugal e Nilton Poletto faziam a política de redução de danos, que consiste em oferecer estratégias para que usuários de drogas e outros grupos de riscos, como travestis e prostitutas, amenizassem o risco de contrair doenças, entre elas o HIV. No caso, eles distribuíam preservativos num tempo em que nem unidades de saúde, nem qualquer outra instituição o fazia.   

Também estará presente ao evento Daniel Sathler, do movimento de Jovens Vivendo com HIV/AIDS, que irá falar do protagonismo dessa população na luta contra AIDS.

O tratamento com os chamados remédios antirretrovirais não são a cura da Aids, mas impedem que o vírus cause algum problema ou se reproduza. Dessa forma, a Aids deixou de ser uma doença que levava à morte, para ser um mal crônico, o que permite aos portadores do vírus HIV terem o tratamento adequado para viver. 

Dessa forma, passada a fase das mortes dos anos 80, tanto o medo de se adquirir o vírus quanto as campanhas de prevenção foram perdendo força, o que explica ainda o crescimento do número de infectados. Para Deborah Sabará, da Gold, hoje ainda se vê um política de retrocesso em vez da prevenção, incluindo o papel perverso de algumas instituições religiosas que desestimulam o uso dos preservativos ou que não abordam o tema adequadamente. O resultado também tem sido o crescimento de outras doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis.

Vitória e Cariacica, por exemplo, estão entre os primeiros municípios do País com infectados pela doença. 

Mês de Luta

O Mês de Luta Contra a Aids foi criado com o objetivo de alertar a população e conscientizá-la sobre as formas de combate ao HIV. Hoje, o Ministério da Saúde estima que 900 mil brasileiros carreguem o HIV, dos quais 135 mil não sabem disso. 

No caso do Espírito Santo, os casos de Aids tiveram uma queda de 14,9% em um ano, ainda segundo dados do Ministério da Saúde, enquanto, nacionalmente o número tenha aumentado, principalmente entre jovens. 

Sala de vacina em Vila Velha

Em Vila Velha, neste mês foi inaugurada a primeira sala de vacina do Espírito Santo destinada exclusivamente a pessoas com HIV/Aids, Hepatites B e C e vítimas de violência sexual. O projeto é da Secretaria Municipal de Saúde Vila Velha (Semsa), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

O espaço vai funcionar com equipe multidisciplinar no Centro de Referência em IST/Aids, de segunda a sexta-feira, de 7h às 17h, na rua Castelo Branco, 1.803, Centro, Vila Velha.

O novo equipamento disponibilizará imunobiológicos do calendário normal e vacinas especiais para o paciente, além de avaliar também o estado vacinal de pessoas de seu convívio.

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