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Organização Social IGH pode deixar o Hospital Infantil de Vila Velha 

Desde setembro de 2017, quando a Organização Social Instituto de Gestão e Humanização (IGH) assumiu a administração do Hospital Infantil de Vila Velha (Himaba), uma série de denúncias ronda a unidade, o que inclui até morte de 30 bebês recém-nascidos. Com a extensa lista de problemas, a unidade foi a primeira das OSs que atuam em hospitais estaduais a ser auditada no atual governo Renato Casagrande, e, agora, volta ser motivo de comentários entre as entidades ligadas à área de Saúde do Estado. Isso porque, com a criação da Fundação Estadual de Inovação em Saúde (iNOVA capixaba) pelo executivo, a expectativa é que o contrato com o IGH seja rescindido.

A diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Estado (Sindsaúde-ES), Cynara Azevedo, afirma que a entidade havia preparado uma emenda ao projeto de criação da fundação, propondo que o projeto piloto começasse pelo Himaba e não pelo Hospital Antônio Bezerra de Faria, mas a proposta foi rejeitada. Contudo, circulam informações indicando a possibilidade de rescisão do contrato com a Organização Social IGH, que é originária da Bahia.

Entre as graves denúncias contra a OSs nesses dois anos, o caso mais chocante foi registrado em maio de 2018, quando Século Diário tornou público, com exclusividade, um relatório com dados oficiais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) revelando que, no período de seis de outubro até 22 de dezembro de 2017, quase 30 recém-nascidos morreram na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do Himaba. De acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, boa parte por infecção generalizada. A documentação relaciona às mortes foi levada pelo Sindsaúde ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

 

Também foram denunciados, nesse período, falta de medicamentos, extinção da classificação de risco (espécie de triagem para organizar o atendimento), superlotação, pacientes com doenças contagiosas sem isolamento, paralisação no atendimento de algumas especialidades, falta de estrutura, com pessoas internadas nos corredores; dívidas com fornecedores e trabalhadores; contratação de profissionais sem experiência e a baixos salários, repasses retidos por apresentar relatórios de prestação de contas inconsistentes; e até problemas com racionamento de comida.

A criação da fundação estatal foi aprovada pela Assembleia Legislativa há uma semana, em votação marcada por debates e ânimos acirrados. Alguns deputados estaduais “compraram o lobby” em favor das OSs, que, na gestão do ex-governador Paulo Hartung (sem partido), tomaram conta da gestão dos hospitais estaduais, projeto interrompido agora com a eleição de Renato Casagrande (PSB), que pôs à frente da pasta da saúde estadual Nésio Fernandes, proponente do novo modelo de gestão.

A partir da sanção do governador Renato Casagrande, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) terá um prazo de 90 e 120 dias para instituir o conselho administrativo da fundação, que ficará responsável pela gestão de 13 hospitais, hoje administrados diretamente pela pasta, com início a partir de 2020.

A fundação receberá doações do governo, indispensáveis ao início do seu funcionamento e, posteriormente, receitas por meio de contratos com a Sesa, com metas mensais. A entidade ficará responsável pelos processos de licitação para a compra de equipamentos e reformas, contratação de pessoal e todas as outras atribuições previstas em lei. 

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