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‘Os dados de hoje não são favoráveis à reabertura do comércio’, afirma Casagrande

‘As pessoas ainda não estão com medo da pandemia’, avalia o governador, como causa da redução do isolamento social

“Vamos avaliar até sábado, mas os números de hoje não são favoráveis pra que a gente dê esse passo adiante”. A afirmação foi feita pelo governador Renato Casagrande (PSB) na noite desta quinta-feira (30), em relação à possibilidade de concretizar, a partir da próxima segunda (4), o anúncio de reabertura ampla do comércio, incluindo a Grande Vitória e outros municípios com alto risco de contágio pelo novo coronavírus. 

Deixando claro que a decisão será tomada após mais uma reunião com as federações no próximo sábado (2), Casagrande explicou que aguarda ainda a avaliação de alguma possível proposta que permita conciliar a flexibilização do comércio e o aumento do isolamento social. “Mas os dados até agora mostram que isso será difícil”, antecipou. 


O isolamento social atualmente está muito baixo, em torno de 46%, quando o ideal é uma taxa acima de 50%. Por outro lado, a demanda pelo sistema de saúde está alta, havendo hoje uma taxa de ocupação de leitos de UTI em torno de 72%. Isso no cenário atual, de 238 leitos em funcionamento. Até a próxima segunda-feira (4) o total deve chegar a 353, fora enfermarias. Mas com o crescimento da interação social, a situação pode ficar ainda mais perigosa.

“As pessoas ainda não estão com medo [suficiente] da pandemia pra ficar em casa”, afirmou, como uma possível explicação para o aumento do número de pessoas nas ruas, nos calçadões, nas lojas, sem cuidados de distanciamento nem uso de máscaras.

Perguntando se não é hora de um esforço mais robusto, reunindo todo o aparato do Estado já utilizado no controle da pandemia – aí incluídos os municípios, os Bombeiros e o Exército – voltado a uma maior fiscalização e punição das pessoas que desrespeitam as normas vigentes, Casagrande acredita que tal ação ainda não conseguiria o efeito pretendido.

“Seu eu decretar o lockdown hoje, as pessoas não vão cumprir. O tempo certo [para a adoção dessa medida] só chega quando o desastre chega junto”, conjeturou, ressaltando que o lockdown (confinamento) significa o fechamento de todo o comércio, inclusive as lojas de artigos essenciais hoje em funcionamento, além de toda a indústria, bem como a proibição de que as pessoas saiam às ruas. “Nosso apelo é para evitar o desastre”, rogou.

E para isso, insistiu, é necessário a contribuição individual de toda a sociedade. “Isolamento social não é sinônimo só de comércio fechado. “O mais simples pra reduzir a interação é fechar comércio, mas não se pode fazer só isso, porque sacrifica empresas e empregos”, enfatizou.

“A responsabilidade individual pode salvar empregos e salvar vidas. Quanto mais interação, mais pessoas morrem. Quando o vírus chega em comunidade populares onde o isolamento é mais difícil, o risco aumenta ainda mais”, apelou.

Segundo o Painel Covid desta quinta-feira (30), o Espírito Santo registrou mais 150 casos da doença e nove óbitos nas últimas 24 horas, totalizando 2.688 confirmações e 93 mortes até o momento. Outros dez óbitos estão sob investigação se tiveram a Covid-19 como causa. Os pacientes curados somam 849.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), os novos óbitos são: um homem de 69 anos, morador de Nova Venécia; uma mulher de 85 anos, residente em Vitória; uma mulher de 71 anos, residente em Guarapari; um homem de 92 anos, residente em Serra; uma mulher de 63 anos, residente em Afonso Cláudio; uma mulher de 76 anos, residente em Serra; uma mulher de 91 anos, residente em Cariacica; uma mulher de 79 anos, residente em Pinheiros; uma mulher de 60 anos, residente em Vila Velha.

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