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Pacientes de Manaus: mulher de 47 anos morre depois de sete dias internada

Com população em tamanho semelhante à capixaba, Amazonas já registra 30% mais óbitos pela Covid-19

Chegada dos pacientes de Manaus. Foto: Governo do Estado

Uma paciente oriunda de Manaus, no Amazonas, faleceu de Covid-19 nesta sexta-feira (29), às 9h45, no Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves, na Serra. De acordo com a a secretaria Estadual de Saúde (Sesa), trata-se de uma mulher de 47 anos, que apresentava múltiplas comorbidades e não resistiu, tendo ficado hospitalizada por sete dias. A família já foi comunicada, para que sejam adotados os protocolos para liberação do corpo, processo que é de responsabilidade do governo do estado do Amazonas.

Os outros 35 pacientes amazonenses, todos adultos, permanecem sob os cuidados dos profissionais do Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, sendo 14 em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 21 em enfermaria. 

Dos que estão em enfermaria, oito se encontram com condições de alta clínica, aguardando a negativação do teste RT-PCR para retorno ao estado de origem. Em pronunciamento feito no canal da Sesa no YouTube, o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, informou que, por determinação do Ministério da Saúde, esses pacientes regressarão em voo comercial, e não em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), havendo necessidade de garantir que não há infecção ativa mesmo no contexto de alta clínica.
Transferência devem chegar a 1,5 mil

Os 36 pacientes que vieram de Manaus chegaram ao Espírito Santo nos dias 21 e 22 de janeiro, diante da oferta de leitos feita pela gestão de Renato Casagrande (PSB) por causa do agravamento da crise sanitária no Amazonas em decorrência do aumento do número de casos, após as festas de fim de ano. 
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou, na última terça-feira (26) à Agência Brasil, que o objetivo é transferir cerca de 1,5 mil pacientes do Amazonas para outros estados, para retirar o sistema de saúde daquele estado do colapso, em que hospitais públicos e privados estão com falta de leitos para os pacientes graves, tendo faltado até oxigênio, o que levou muitas pessoas a morrerem asfixiadas nos leitos hospitalares.
Do contingente estimado de 1,5 mil, já foram transferidos, segundo o último balanço divulgado pelo governo do Amazonas, 277 pacientes para 11 estados. Além do Espírito Santo, receberam pacientes o Acre, Alagoas, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. O Distrito Federal também recebeu.

Números da pandemia

O estado do Amazonas tem população estimada em 4,2 milhões de pessoas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesse início de 2021, um pouco mais do que o Espírito Santo, com 4,06 milhões, pela estimativa também do IBGE. O Boletim da Covid-19 desta quinta-feira (28) confirma um total de 259.458 infecções, num universo de 638.814 notificações pelo governo amazonense. O total de mortos pela doença já chega a 7.673 pessoas, sendo mais de 90 nas últimas 24 horas. 

A Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas informou, também nesta quinta-feira, que, entre os casos confirmados de Covid-19, há 2.222 pacientes internados, sendo 1.501 em leitos (540 na rede privada e 961 na rede pública), 631 em UTI (296 na rede privada e 335 na rede pública) e 90 em sala vermelha, estrutura voltada à assistência temporária para estabilização de pacientes críticos/graves para posterior encaminhamento a outros pontos da rede de atenção à saúde.

Há ainda outros 582 pacientes internados considerados suspeitos e que aguardam a confirmação do diagnóstico. Desses, 504 estão em leitos clínicos (80 na rede privada e 424 na rede pública), 56 estão em UTI (32 na rede privada e 24 na rede pública) e 22 em sala vermelha.

No Espírito Santo, o Painel Covid-19 confirmou, nesta quinta-feira (27), 290.775 infecções, num total de 921.436 notificações. O número de óbitos é de 5.796, sendo 19 nas últimas 24 horas do fechamento do boletim. 

A expansão de leitos hospitalares na rede assistencial capixaba continua, segundo informou o secretário Nésio Fernandes em coletiva de imprensa na última terça-feira (26). Até a primeira semana de fevereiro o Espírito Santo alcançará a mesma quantidade de leitos de UTI disponíveis durante o pico da primeira onda da Covid-19, em meados de 2020, que foi de 715. No decorrer de fevereiro serão inaugurados mais leitos, ultrapassando esse número, garantiu.

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