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Pessoas com sintomas de Covid-19 devem esperar um pouco para tomar vacina

Quem está com sintoma gripal ou teve contato com infectados pela Covid-19 também deve aguardar

Pessoas com sintoma de Covid-19, febre, sintoma gripal ou que tiveram contato com quem tem Covid-19 devem esperar alguns dias para tomar a vacina, recomenda a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel. A recomendação, de acordo com ela, é para que, caso aconteça algo negativo, isso não seja confundido como efeito da imunização, quando, na verdade, a pessoa já tinha a doença. A afirmação foi feita diante da morte de um idoso de 83 anos, falecido dois dias após tomar a vacina, no Amazonas. 

O Centro de Referência de Imunobiológicos (Crie), órgão vinculado à Fundação de Vigilância Sanitária (FVS) e à Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (SES), afirmou ter recebido na sexta-feira (29), da prefeitura de Manaus, uma coleta de sangue desse idoso, que teria morrido no sábado (30), dois dias depois de ter sido vacinado com a primeira dose da vacina AstraZeneca. O Crie tem até sete dias para emitir laudo.

Ethel afirma que, diante desse caso, não é necessário ter pânico quanto à vacinação de idosos com mais de 75 anos que não residem em instituições de longa permanência (ILPIs).A imunização desse público é esperada para ter início no Espírito Santo assim que chegarem as doses complementares prometidas pelo Ministério da Saúde, que ainda não têm previsão de chegada. A epidemiologista destaca que não é preciso ter pânico também em relação aos demais grupos sociais.
“É algo que precisa ser investigado [o falecimento do idoso em Manaus]. Tivemos pessoas que tomaram vacina e tiveram febre, passaram mal, mas, na verdade, já estavam contaminadas. Tudo isso tem que ser investigado, fazer testes, ser analisado. Já foram administradas milhões de doses e a gente teve até o momento pouquíssimos efeitos adversos. O que mata com certeza mais de mil pessoas por dia é a Covid-19, é com ela que a gente tem que ficar preocupado, não com a vacina”, diz.
Familiares do idoso afirmam que ele apresentava sintomas gripais e era hipertenso, mas, mesmo assim, o levaram para vacinar. Ethel diz que, muito provavelmente, o falecimento do idoso em Manaus deve estar relacionado a outra condição prévia de saúde. A professora explica que a AstraZeneca, vacina tomada por ele, é um vetor viral, mas o vírus não está ativo, portanto, não provoca a doença. Não é motivo para alarme.

Sem registro de efeitos colaterais severos
O imunologista e pesquisador da Ufes, Daniel de Oliveira Gomes, endossa a afirmação de Ethel ao dizer que cerca de 50 milhões de pessoas já foram vacinadas contra a Covid-19, mas não há nenhum registro de efeitos colaterais severos causados pela imunização. Ele explica que toda vacina pode apresentar alterações locais, como vermelhidão e coceira; e efeitos sistêmicos, como febre baixa ou alta, mas que isso é normal.
“No caso da CoronaVac e da AstraZeneca, durante os testes de segurança houve casos isolados de alergia, mas por causa da reação do organismo do indivíduo, foi algo individual”, informa o imunologista, que recorda a marca que muitos têm no braço, da vacina Bacilo de Calmette e Guérin (BCG), tomada pelas crianças em seus primeiros dias de vida. O pesquisador explica que essa marca nada mais é do que um efeito colateral, uma marca inflamatória. De acordo com ele, uma inflamação é uma resposta natural do organismo diante de alguma agressão, e pode acontecer também ao colidir o dedo na quina de um móvel ou ao se expor demais ao sol, causando inflamação na pele, por exemplo.
Vacinação em idosos no Espírito Santo
Segundo o subsecretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, quando chegarem novas doses das vacinas será possível imunizar primeiramente os mais idosos, até chegar aos de 75 anos, no caso dos que não vivem em instituições de longa permanência.

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