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Promessa de pagamento a médicos de hospital em Itapemirim é descumprida

Prefeito marcou presença em confraternização, mas sua gestão atrasa repasses ao hospital

 Os médicos que atuam no Hospital Materno Infantil Menino Jesus, em Itapemirim, no litoral sul do Estado, não receberam os pagamentos dos salários de novembro e dezembro no prazo que havia sido indicado. O Instituto Vida Salus, que administra a unidade hospitalar, aguardava o repasse das últimas parcelas do contrato da Prefeitura de Itapemirim para fazer os pagamentos até essa quinta-feira (28), o que não ocorreu, como apurou Século Diário.

O contrato do instituto com a prefeitura termina neste mês de dezembro, e por isso, a intenção era pagar a remuneração de novembro e dezembro ao mesmo tempo, para não restar nenhuma pendência da organização com funcionários.

A tendência é de haver uma prorrogação contratual e a entidade permanecer, mas a situação ainda é incerta. Havia a intenção de mudança na administração, mas o diálogo foi restabelecido entre o Instituto Vida Salus e o prefeito Doutor Antônio (PP), que, inclusive, marcou presença em uma confraternização realizada pela entidade no hospital, nessa quarta-feira (27).

Doutor Antônio (à direita) ao lado do diretor do hospital (centro), Jefferson Guisso, e o pastor Josivan. Foto: Redes Sociais

Segundo fontes ligadas ao hospital, a remuneração dos demais funcionários está em dia. Também foi pago décimo terceiro salário integralmente e o retroativo referente à complementação do piso salarial dos profissionais de enfermagem.

Em meio aos atrasos em pagamentos, que vão além dos repasses ao Hospital Materno Infantil Menino Jesus, o prefeito de Itapemirim encaminhou projeto de lei à Câmara de Vereadores para a concessão de abono salarial de R$ 4 mil a servidores públicos municipais.

Em postagem nas redes sociais, o prefeito justificou que a estimativa de receita em Itapemirim para 2024 “nos possibilita, finalmente, respirar mais aliviados”, e que o benefício “vai injetar mais de R$ 10 milhões na economia local”.

Acusações

Em 13 de novembro último, o Instituto Vida Salus foi notificado pela secretária municipal de Saúde, Rafaela Abdon, de um processo de investigação de supostas irregularidades no fornecimento do serviço, que poderia resultar na rescisão do contrato antes mesmo do encerramento.

Em sessão na Câmara de Itapemirim, a secretária alegou que as irregularidades incluíam número de atendimentos de exames e da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) abaixo da meta do plano de trabalho; atraso nas compras de medicações; relatórios de prestação de contas atrasados; e problemas em questões sanitárias no setor de hemodiálise, apontados pela Vigilância Sanitária estadual.

Em 24 de novembro, o diretor do hospital, Jefferson Guisso Neves, enviou um ofício à Câmara de Vereadores apontando atrasos constantes nos repasses por parte da gestão do prefeito Doutor Antônio, que durariam, em média, 40 dias. O contrato prevê 12 parcelas mensais de cerca de R$ 2 milhões, num total de pouco mais de R$ 25 milhões.

Algumas semanas depois, em prestação de contas na Câmara, Jefferson não mencionou e nem foi questionado sobre o ofício. Na ocasião, ele apenas afirmou que os questionamentos sobre supostas irregularidades tinham sido respondidos e que os pagamentos do hospital estavam em dia, contradizendo o seu próprio ofício.

Dentro da Câmara de Itapemirim, o interesse da maioria dos vereadores é pela renovação da contratação da entidade, por consideraram que o trabalho da atual administração é satisfatório e pelo fato de que a unidade ficaria sem uma gestão exclusiva por alguns meses, tendo que ser administrada diretamente pela Prefeitura de Itapemirim.

Século Diário solicitou à Prefeitura de Itapemirim um posicionamento sobre a situação do contrato de administração do hospital e a respeito dos repasses atrasados, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve retorno.

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