Com menos de um ano de funcionamento, o Pronto Atendimento (PA) Abelar Corrêa Neto, em Flexal II, Cariacica, foi fechado nessa sexta-feira (12), por problemas na fiação elétrica. Comunicado oficial da prefeitura informa que o fechamento é provisório, “para adequações em suas instalações elétricas, em cumprimento à determinação de interdição feita pela Polícia Civil no âmbito das investigações da Operação Elétron”.
Parecer emitido pela PC aponta que, durante a perícia no imóvel, foram identificados “fios da marca Luzzano, instalados pela empreiteira Engma, fato acompanhado por representantes da empreiteira Engma e da PMC [Prefeitura Municipal de Cariacica], em diligência realizada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor e Comissão de Defesa do Consumidor, presidida pessoalmente pelo Ilmo Deputado Vandinho Leite [PSDB], sendo amostras recolhidas e analisadas”.
O documento destaca ainda que o laudo do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), feito em conjunto com a Polícia Civil, “apontou irregularidades na fabricação da fiação recolhida, e que a instalação dos fios elétricos da Luzzano na UPA de Flexal pode gerar o aumento do consumo de energia elétrica e risco de incêndio no local”.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) Padre Gabriel Maire, instalada no mesmo imóvel, passará a funcionar temporariamente em um espaço cedido pela igreja Presbiteriana, conforme informa o assistente social e liderança comunitária Ailton Pereira. De acordo com ele, a informação foi repassada pelo prefeito Euclério Sampaio (DEM) em reunião com a comissão de moradores da região da Grande Flexal, que abarca os bairros Flexal I, Flexal II e Nova Canaã, quando o gestor se comprometeu a trocar a fiação para que o equipamento volte a funcionar dentro de 60 dias.
Os atendimentos de urgência e emergência serão realizados nos PAs do Trevo de Alto Lage, de Bela Vista e Nova Rosa da Penha I. Tanto o PA quanto a UBS foram inaugurados em dezembro de 2020. O projeto foi feito no final da gestão do ex-prefeito Helder Salomão (PT). No primeiro mandato de Geraldo Luzia de Oliveira Júnior (Cidadania), o Juninho, chegou verba federal e o equipamento foi construído, porém, inaugurado somente no final do segundo mandato.
Antes mesmo do problema na fiação, o PA correu o risco de ser fechado. Ailton relata que, em reunião com a comunidade, a gestão municipal alertou sobre essa possibilidade diante do alto custo do equipamento, que não tem a procura que deveria ter um equipamento de grande porte. Porém, os moradores apontaram algumas alternativas, como a redução no número de funcionários depois das 22h, quando a demanda é menor, e a busca por emendas estaduais e federais.
Diante da possibilidade de fechamento, o Conselho Municipal de Saúde enviou, na semana passada, solicitação à prefeitura para obter informações sobre os serviços, buscando entender como o equipamento está funcionando, sua organização e gastos, e aguarda resposta. “A gente quer entender como foi o gasto em 2021 mês a mês, com tudo. Flexal é um território muito carente de serviços públicos, não só de saúde. Queremos o retorno dos serviços, mas também o debate. Flexal não pode ficar sem nada”, reforça o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Hudson Vazzoler.