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Servidores da Serra recebem ofícios e telefonemas sobre possível lockdown

Prefeito Audifax Barcelos já se manifestou publicamente em favor do bloqueio total de atividades

Servidores da saúde da Serra têm recebido ofícios e telefonemas com orientações para deslocamento a trabalho em caso de lockdown. Os relatos têm chegado ao Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Espírito Santo (Sindisaúde), que ainda não recebeu, porém, nenhuma comunicação oficial. 

A “Declaração de Exercício em Atividade Profissional” enviada aos profissionais tem data dessa segunda-feira (8) e assinatura do secretário municipal de Saúde, Alexandre Camilo Fernandes Viana. O prefeito Audifax Barcelos (Rede) já se manifestou, publicamente, em favor do bloqueio total. O município registra maior índice de letalidade na Grande Vitória desde o início das medidas de isolamento social.

O entendimento do Sindisaúde é de total apoio à possível medida. “Para o sindicato, tinha que ter lockdown no Estado inteiro há muito tempo”, afirma a presidente, Geiza Pinheiro. “A Serra fazendo isso incentiva outros municípios a tomarem providência. Vitória já está com risco alto. O Estado tem que tomar posicionamento para controlar a pandemia”, argumenta. 

“A nossa luta é pra salvar e não perder vidas. A economia, mesmo com comércio aberto, não está movimentando muito. Por que não pode fechar, dar um tempo e depois ter condições de retomar com segurança?”, opina.

Geiza conta que o sindicato tem reivindicado medidas mais restritivas de circulação de pessoas para reduzir a velocidade de transmissão do vírus dentro do Conselho Estadual de Saúde, assim como diversas outras entidades da sociedade civil, mas o governo insiste em ceder apenas à pressão das federações de grandes empresários.

“O nosso propósito é somar com o governo, porque são vidas em jogo. Não dá pra trabalhar da forma como está. Eles não escutam, fazemos propostas, mas… é desanimador você fazer parte de um controle social [o Conselho Estadual de Saúde] em que o subsecretário [estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin], que é presidente do Conselho, não te ouve. Todos os representantes do conselho fazem a mesma fala e o Estado não escuta. Parece que estão pagando pra ver, mais mortes, mais pessoas contaminadas”, desabafa. “O Espírito Santo não precisa ser incoerente. O governador tem condições, junto com a sociedade, de tomar as melhores decisões pra salvar vidas. Por que não incluir a sociedade? Só está ouvindo o empresariado”, suplica.

A falta de condições de trabalho, relata Geiza, são realidade nos quatro cantos do Estado. O sindicato tem feito fiscalizações em vários municípios, com orientações do Ministério Público do Trabalho (MPT-ES). A falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é generalizada, mesmo os itens elementares, como máscaras. “Muitas prefeituras estão fornecendo máscaras de pano, que não são apropriadas pro profissional de saúde, que andam sob sol uma manhã inteira, tendo que falar com as pessoas”, explica. 

Em Boa Esperança, Montanha, São Mateus, Pedro Canário e Guarapari, como aponta Geiza, entre denúncias, notificações e acordos, mudanças estão sendo implementadas de forma a adequar o trabalho à realidade de EPIs e demandas de atuação dos profissionais em cada região.

Em muitos casos, os agentes estão monitorando as famílias por telefone, para evitar deslocamento nas ruas e entrada nas residências sem EPIs adequados. Há também as reduções de escala de trabalho. 

“O lockdown nesse momento é necessário. Diminuindo o número de pessoas nas ruas, esses trabalhadores conseguem fazer o seu trabalho com mais segurança”, reitera. 

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