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Sesa aluga contêiner para ser servir como lavanderia em hospital estadual

Trazendo à tona péssimas lembranças do passado, quando contêineres foram utilizados como prisão, o que se tornou um escândalo internacional de Direitos Humanos, o Governo do Estado resolveu lançar mão novamente da medida. Desta vez, na área da saúde. Ao invés de investir em estrutura adequada, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) optou pelo aluguel de contêineres para servir de lavanderia do pronto-socorro Milena Gottardi (como é chamado o pronto-socorro do Hospital Infantil de Vitória, transferido para o Hospital da Polícia Militar).

“Temos um histórico relacionado ao sistema prisional que envergonha o Espírito Santo, conhecido como ‘masmorras de Hartung’, por conta de presos confinados em contêineres que foram esquartejados durante a primeira administração de Paulo Hartung. Agora a situação não é numa penitenciária improvisada, mas em um hospital. Apesar de não estarem presos, os trabalhadores sofrem com a falta de estrutura adequada e com o desconforto”, denuncia o diretor de Comunicação do Sindsaúde-ES, Valdecir Nascimento.

A situação dos contêineres que servem de apoio para a lavanderia do Hospital colocam em risco a saúde dos pacientes e também dos trabalhadores. “Eles são divididos em área limpa e área suja, de acordo com a rouparia que recebem. Como estes locais não contam com lavatórios e banheiros, ao transitar entre eles, os trabalhadores podem acabar levando bactérias de um lugar para outro”, explica a liderança sindical.

Valdecir lembra ainda que um contêiner usado no Hospital Infantil de Vila Velha (Heimaba) chegou a pegar fogo. Na oportunidade, nenhum trabalhador se feriu, mas fica o alerta. “Vamos encaminhar denúncia ao Ministério Público do Trabalho e também para instituições ligadas aos direitos humanos para que esta situação degradante não continue assim”, conclui.

Heimaba se recusa a realizar raio-x 

Outra denúncia da área da saúde envolve o Hospital Estadual Infantil de Vila Velha, o Heimaba. Ainda de acordo com informações do Sindsaúde-ES, em alguns dias deste mês de junho, o setor de raio-x do Hospital Estadual Antonio Bezerra de Faria estava impossibilitado de realizar exames. Para resolver temporariamente a situação, foi solicitada parceria com o Infantil de Vila Velha, cuja gestão está terceirizada, mas a resposta foi negativa.

A gestão do Heimaba recusou-se a atender o pedido de ajuda, alegando que os exames de raio-x geram um custo extra. Acontece que, neste mesmo mês, o próprio Heimaba precisou que o Hospital Estadual Antonio Bezerra de Faria, também em Vila Velha, realizasse serviços de esterilização de materiais e foram prontamente atendidos.

“A questão que fica é: os empresários que estão à frente do Heimaba não podem ajudar um outro Hospital Público Estadual, mas o inverso pode ocorrer?”, questionou Valdecir. 

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