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Himaba renova quadro de pessoal com salários e insalubridade menores

Instituto Acqua demitiu dezenas de funcionários nos últimos dias. Sindsaúde questiona critérios e valores

A gestão hospitalar por Organização Social de Saúde (OSS) volta a produzir situação de desrespeito a regras trabalhistas no Espírito Santo. Desta vez, o motivo é o pagamento de salários baixos aos técnicos de enfermagem do Hospital Estadual Infantil e Maternidade Dr. Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha.

Administrado desde abril pelo Instituto Acqua, o hospital teve quase a totalidade de seus funcionários não efetivos demitidos durante o mês de julho. As novas contratações, segundo apurou o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Estado do Espírito Santo (Sindsaúde/ES), estão sendo feitas mediante salários ainda mais baixos que os até então praticados, e sem o pagamento dos 40% de insalubridade, percentual que foi estabelecido em âmbito estadual para todos os servidores da saúde que atuam na linha de frente do combate da pandemia de Covid-19.

“Foram muitas demissões, de pessoas que o hospital diz não ter interesse em renovar os contratos. Queremos entender por que os salários estão tão baixos e não estão sendo pagos os 40%. Também vamos questionar se quando contrataram esses funcionários demitidos, não foi verificada capacitação deles para o trabalho. Qual critérios eles utilizam para definir se o profissional é ou não capacitado? Por que é muito estranha essa demissão em massa sob essa alegação”, expõe a presidente do Sindsaúde, Geiza Pinheiro.

Uma das técnicas de enfermagem demitidas no final de julho, que pediu anonimato, disse que trabalhava no Himaba há quatro anos e passou por várias OSSs e pela gestão da Sesa, feita durante quase dois meses, após intervenção no contrato da OSS anterior, o Instituto Gnosis. “Uma bagunça, uma ‘trocação’ de empresa… Tirei férias uma vez só nesses quatro anos, com o IGH. Quando me demitiram, agora, eu ainda nem tinha assinado contrato com o Acqua!”, conta.

Apesar da demissão repentina, ela conta que sentiu alívio ao ser mandada embora. “Dei graças a Deus, porque meu período era da noite e não me pagaram adicional noturno. Meu primeiro pagamento eu só fui receber no dia 16 ou 17 do mês seguinte. Falei que não contassem comigo no plantão. Como é que vou trabalhar sem receber o mês anterior? E quando fui receber minha rescisão agora, só tinha o adicional noturno de julho”, relata.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) transmitiu informação da direção do Himaba, que afirmou estar “adequando o quadro de funcionários, contratando profissionais capacitados e que passam por constantes treinamentos, visando a melhor prestação dos serviços” e que o monitoramento da gestão, pelo Estado, é feito por meio de relatórios trimestrais e semestrais, que ainda não foram finalizados.


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https://www.seculodiario.com.br/saude/com-equipe-reduzida-setor-de-nutricao-do-himaba-pede-socorro

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