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Tadeu Marino prossegue na Sesa e permanência de Nésio é incerta

Governador já anunciou que secretariado sofrerá mudanças. Nésio é o principal alvo da oposição e de bolsonaristas

O Diário Oficial desta segunda-feira (31) publica ato que designa Tadeu Marino como secretário estadual de Saúde. O gestor havia sido nomeado para o cargo em 7 de outubro, para cumprir a função até esta segunda, em virtude das férias do secretário Nésio Fernandes, que estavam acumuladas. Procurado por Século Diário, o gabinete do governador Renato Casagrande (PSB) informou que o gestor segue de férias durante o mês de novembro, retornando, portanto, no último mês da atual gestão.

Entretanto, no mercado circula a possibilidade de Nésio não retornar. Caso isso se concretize, Tadeu Marino assumiria definitivamente o cargo. Além dos desgastes envolvendo o secretário, principal alvo da oposição e dos bolsonaristas, circula nos bastidores que, com a vitória de Lula (PT) para presidente, ele poderia vir a assumir uma função no governo federal, o que seria, inclusive, um desejo pessoal. Vale destacar ainda que, após a confirmação de sua reeleição, Casagrande anunciou que irá mudar parte de seu secretariado em seu próximo mandato.

Nésio ganhou visibilidade durante pandemia da Covid-19 e o respeito de parte da população por defender restrições econômicas e sociais, além de outras medidas de prevenção, como a utilização de máscaras e álcool em gel. Também por ser ferrenho defensor da vacinação e contrário ao chamado tratamento precoce com medicamentos ineficazes, como cloroquina, indo totalmente na contramão do Governo Bolsonaro (PL).
Por outro lado, foi criticado por alguns movimentos sociais, principalmente os da área da educação, que consideraram o retorno das aulas presenciais precipitado, por acreditarem que ainda não havia condições de segurança sanitária. A oposição total ao gestor veio dos bolsonaristas, que criticavam totalmente as posturas adotadas por Nésio e, inclusive, utilizaram o fato de ter se graduado em Medicina em Cuba para apontá-lo de comunista, descredibilizar sua formação e apontar a gestão de Casagrande como atrelada ao comunismo, o que foi utilizado pela oposição durante a campanha eleitoral, principalmente no segundo turno.
A sanha bolsonarista contra Nésio culminou até na revogação do título de Cidadão Vitoriense concedido a ele pela vereadora Karla Coser (PT). O pedido foi proposto pelo vereador Gilvan da Federal (PL), após o secretário gravar um vídeo com críticas aos que são contrários ao passaporte vacinal um dia depois da aprovação do Projeto de Lei 174/2021, também de autoria de Gilvan, que proibia a exigência do passaporte em estabelecimentos da Capital.
Em março último, Nésio também ganhou destaque ao ser eleito presidente do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), no qual ocupava, anteriormente, a função de vice-presidente. Em sua atuação no Conselho, protagonizou diversas atividades de combate à pandemia, como a audiência pública pela vacinação das crianças contra Covid-19, promovida em janeiro deste ano, pelo Ministério da Saúde.

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