Trabalhadores do Jayme e do “São Lucas” não receberam complemento do piso
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Os técnicos em Enfermagem do Hospital Estadual Jayme Santos Neves (HEJSN), em Morada de Laranjeiras, na Serra, e do Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas (HEUE), na Ilha de Monte Belo, em Vitória, farão assembleia nesta quinta-feira (20) e nesta sexta-feira (21) para avaliar a possibilidade de paralisações ou até mesmo greve por causa do atraso no pagamento do complemento do piso da categoria. As assembleias serão no Jayme, mas haverá atos em ambos hospitais.
A presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde no Estado do Espírito Santo (Sindsaúde-ES), Geiza Pinheiro, informa que o pagamento do piso referente aos meses de dezembro e janeiro está atrasado. Por isso, a entidade acionou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), que conseguiu o repasse do recurso junto ao Ministério da Saúde.
No entanto, a Associação Evangélica Beneficente Espírito-Santense (Aebes), que administra os hospitais, ainda não efetivou o pagamento, alegando que vai fazer isso somente em março, o que, afirma Geiza, revoltou os trabalhadores. A Aebes, segundo ela, falou para a entidade contatar o sindicato patronal. “O dinheiro fica com o sindicato patronal por acaso? Eles receberam o dinheiro, eles têm que pagar”, cobra.
Geiza informa que no Jayme são 1 mil trabalhadores com o complemento do piso atrasado, e no São Lucas, uma média de 500. Muitos deles, afirma, relatam precisar do dinheiro para pagar contas atrasadas e, até mesmo, fazer as compras do mês.
Himaba
Os técnicos em Enfermagem do Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, também estão com o complemento do piso salarial atrasado. No caso deles, o atraso é referente aos meses de maio, junho, julho, agosto e setembro de 2023, que totaliza R$ 1,2 milhão.
Em reunião no início de fevereiro, de acordo com o sindicato, a Sesa mostrou ao Sindsaúde, por meio de documentos, todas as solicitações feitas pela pasta ao Ministério da Saúde, as quais ainda não haviam tido retorno. “Embora a Sesa tenha parte do recurso, ela não pode fazer o pagamento sem uma portaria autorizando-a, já que esta é uma verba carimbada para o pagamento do complemento do piso”, diz o sindicato, que busca uma agenda em Brasília, mediada pela deputada federal Jack Rocha (PT).
Além disso, informa, o secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann, se colocou à disposição para atuar em conjunto com esta pauta, “pois o mesmo tem interesse que a situação seja resolvida o mais rápido possível”.