Categorias aguardam, desde a manhã desta quarta-feira, reunião com o governador Renato Casagrande
Trabalhadores da saúde estão acampados em frente ao Palácio Anchieta, no Centro de Vitória, desde a manhã desta quarta-feira (24), e prometem não sair enquanto não forem recebidos pelo governador Renato Casagrande (PSB). Caso o gestor não abra diálogo com as categorias da área, eles não descartam a possibilidade de fazer greve, conforme informou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Espírito Santo (Sindisaúde), Geiza Pinheiro.
Representantes dos trabalhadores chegaram a ser recebidos pela assessora especial do governador, Denisia Dias Batista, que se comprometeu a marcar uma agenda entre eles e Casagrande. “Se não houver diálogo, amanhã [quinta, 25] vamos rodar a porta dos hospitais, colocar ônibus e trazer os trabalhadores para cá. Se a saúde tiver que dormir aqui hoje, isso vai acontecer. Estamos preparados para ficar”, diz Geiza.
As reivindicações dos acampados são a correção da tabela de subsídios e recomposição das perdas salariais. Desde 2015, os trabalhadores da área não recebem nenhuma reposição salarial, o que já soma um acúmulo de perdas de mais de 50%. O sindicato luta também por correção no valor do vale-alimentação, que há mais de 10 anos está em R$ 300,00.
O bombeiro hidráulico Alcides Rogério, que trabalha no Hospital Estadual de Vila Velha, afirma que por causa do achatamento salarial e da alta na inflação, a qualidade de vida dos trabalhadores vem sendo afetada. ‘Para ter melhores condições, alguns trabalhadores, como enfermeiros, têm que ter dois, três empregos, trabalhar 36 horas para descansar 12″, diz.
Além de fazer o acampamento, os trabalhadores também protocolaram ofício no Palácio Anchieta. No documento, o sindicato solicita a reunião em caráter de urgência e recorda que foi protocolado ofício em três de novembro deste ano, solicitando abertura de diálogo, mas sem que houvesse resposta por parte da gestão estadual. Também rememora que diversos órgãos estaduais já foram procurados para solicitar que o diálogo acontecesse, como a Subsecretaria de Governo.
O assunto voltou a ser discutido na última quinta-feira (18), em reunião entre a entidade e o secretário Gestão e Recursos Humanos, Marcelo Calmon Dias. Geiza informa que o gestor falou que não há base técnica para incluir auxiliares administrativos e vigias na correção da tabela de subsídios. Entretanto, o Sindisaúde reivindica a inclusão dessas categorias, além da efetivação da correção para auxiliares de enfermagem, de serviços gerais, de serviços médicos e almoxarife, já que a gestão estadual falou que contemplaria esses cargos, mas ainda não o fez.
A reivindicação, segundo Geiza, é que contemplando esses grupos, seja possível, ainda em 2021, fazer isso com outros cerca de 50 cargos. As negociações para a correção da tabela de subsídio começaram no primeiro mandato do governador Renato Casagrande, entretanto, pararam no do ex-governador Paulo Hartung (sem partido), sendo retomadas em 2019, com a volta de Casagrande à gestão estadual.