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‘Um ano de pandemia e continuamos sem fazer prevenção’, avalia Ethel

Distribuir máscaras PFF2 e oxímetros pelo SUS e fortalecer a atenção básica são medidas mais baratas e eficazes

Lissa de Paula/Ales

Nesta quinta-feira (11) completa um ano da declaração, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), da pandemia de Covid-19, duas semanas após o primeiro caso ser registrado no Brasil e seis dias após o primeiro registro no Espírito Santo.

Um ano e o Brasil vivendo seu pior momento da crise sanitária global, tornando-se motivo de preocupação e chacota da comunidade internacional e com tendência de piora do quadro, com previsão de três mil mortos/dia ainda este mês. Tudo isso e escolas abertas sem o devido monitoramento dos casos, internações e óbitos dentro da comunidade escolar. E com o auxílio emergencial reduzido a 40% do valor inicial.


“Um ano e continuamos falando as mesmas coisas e os governos repetindo os mesmos erros“, indigna-se a doutora em Epidemiologia Ethel Maciel, professora de Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e integrante do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), que assessora tecnicamente o governo do Espírito Santo na tomada de decisões sobre a pandemia.
Ao apelo pela distribuição de oxímetros de dedo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), feito desde o início da crise sanitária e por várias vezes noticiado em Século Diário, soma-se o pedido de distribuição de máscaras filtrantes PFF2 pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Isso é direito à saúde! A gente sabe agora que essas máscaras protegem mais a pessoa que está usando. Salva vidas!”.
Medidas de prevenção, salienta, são mais baratas para os governos e mais eficientes na proteção da população. “Investir na Atenção Primária em Saúde (APS), testagem em massa”, elenca, complementando o rol de medidas preventivas repetidamente pleiteadas nos últimos meses.
Repetidas sem atendimento, lamenta. Ao contrário, o discurso e a prática continuam baseados na estratégia da ampliação da rede hospitalar, terciária em saúde. “A aposta continua sendo na doença. As pessoas não entenderam que, sem um medicamento antiviral contra a doença, esperar que alguém adoeça é apostar muito alto, apostar a vida!”, alerta.
A um dia de completar um ano de pandemia, o Brasil acumula 270.656 mortos pela doença, 2.286 nas últimas 24 horas, um novo recorde. No Espírito Santo, já são 6.642 vítimas, 32 desde a atualização de terça-feira (9) do painel estadual. “Se leito fosse garantia de vida, não teríamos mais de seis mil mortos no Espírito Santo, porque teoricamente, aqui ninguém morreu sem leito. Ter leito não garante a sobrevivência e o investimento na prevenção foi muito pequeno, tanto aqui quanto em todo o Brasil”, avalia a epidemiologista.

Monitoramento da comunidade escolar
Colega de Ufes e de NIEE, o professor e matemático Etereldes Gonçalves Junior chama atenção, em suas redes sociais, para a necessidade de dados sobre as contaminações, internações e mortes na comunidade escolar. “Está muito obscuro, não temos dados que reportem exatamente o que está acontecendo nessa população. Desde outubro passado, nunca tivemos esse acompanhamento como deveria ser feito”, pede.
Complemento estadual de auxílio financeiro
Ethel Maciel também divulga, nas redes, a campanha encabeçada pela organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), de um “twitaço” a partir das 11horas, com a #EnfrenteaCovid19, que engloba as medidas de prevenção e a ampliação do Programa Nacional de Imunização (PNI) contra a doença. O texto base diz: “deputado(a)/senador(a): queremos o auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, sem retirar recursos de políticas públicas como saúde e educação, e sem congelamento de salários e concursos públicos. #600SemDesmonte” e pode ser enviado a todos os parlamentares do Congresso Nacional.
Em território capixaba, o deputado estadual Sergio Majeski (PSB) defende uma complementação do auxílio de R$ 250 estabelecido pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) a ser concedido pela gestão de Renato Casagrande (PSB), além de um auxílio socorro financeiro específico para micros e pequenos empresários.
“As pessoas precisam sobreviver, tanto os micros e pequenos empresários como as pessoas mais carentes, sobretudo. Hoje temos mais de 13 milhões de desempregados no país”, ressaltou o parlamentar na sessão da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (10).
“O que fazer para socorrer os micros e pequenos empresários de tal forma que eles não venham a ter que fechar os seus negócios, aumentando o desemprego e o número de pessoas com dificuldades de sobrevivência? Cabe ao executivo pensar como fazer isso. Podemos criar mecanismos de isenção fiscal, formas de empréstimos, mesmo que sejam a fundo perdido, mas de tal forma que essas empresas sobrevivam nesse período”, propôs Majeski.

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