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Usuários reclamam da transferência do Crai do Forte São João para Mario Cypreste

Mudança que atinge os idosos foi feita sem diálogo da gestão de Lorenzo Pazolini e dificultará acesso ao serviço

A transferência do Centro de Referência de Atendimento ao Idoso (Crai) de Vitória, que funcionava no Forte São João, para o Centro Municipal de Especialidade (CME), no bairro Mario Cypreste, efetivada nessa quarta-feira (1), não agradou aos usuários do equipamento e seus familiares. A mudança é criticada por ter sido executada sem diálogo da gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) e por representar prejuízo em relação a questões de acessibilidade.

O Crai, que tem 27 anos, oferece atendimento com equipe multidisciplinar, compostas por profissionais como médico, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, assistente social, nutricionista e enfermeiro, além contar com residência em cuidados paliativos. Atende idosos com agravos de saúde que comprometem a capacidade funcional, acometidos por problemas como Mal de Parkinson, demências e acidente vascular cerebral.

Usuários que preferiram não se identificar afirmam que onde o Crai funcionava antes a localização era “estratégica”, com malha viária na Avenida Beira-Mar e na Avenida Vitória. O atual, apontam, além de um número menor de linhas de ônibus, exige que os idosos e seus acompanhantes tenham que caminhar durante um tempo até chegar ao equipamento, pois os pontos de ônibus não são tão próximos.
Outro problema, dizem, é a própria infraestrutura do Centro de Especialidade, pois os pacientes terão que “disputar com todo o fluxo do equipamento”, que oferece à população serviços de acupuntura, alergista, cardiologia, dermatologia, endocrinologia, gastroenterologia, hematologia, homeopatia, nefrologia, neurologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, pequena cirurgia, pneumologia, mastologia, pré-natal de alto risco e ginecologia geral.
A aposentada Ana Heckert, que acompanhou o tratamento de sua mãe, Dalva Coelho Heckert, no Crai, lamenta a transferência. A paciente, que tinha Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson, teve o acompanhamento dos profissionais de janeiro de 2015 a dezembro de 2021, quando faleceu. Em suas redes sociais, Ana afirmou estar “devastada”.

Ana aponta que o equipamento foi importante na garantia da autonomia de sua mãe. Uma das ações feitas, recorda, foi a disponibilização de próteses para que a paciente pudesse utilizar talheres e copo. O trabalho desenvolvido no Crai possibilitou que sua mãe recuperasse os movimentos, uma vez que quando deu início ao tratamento, falava pouco e andava com dificuldade. À paciente, foi dada condição de escolher sua própria roupa e comida.

Ela destaca que, para ter acesso aos serviços do Crai, é preciso ser encaminhado pela Unidade de Saúde, ou seja, o caminho é via Sistema Único de Saúde (SUS), portanto, grande parte dos usuários mora na periferia, ou seja, com as mudanças, essas pessoas serão as mais prejudicados.

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