O CAPS IJ acolhe crianças e adolescentes com comprometimento psíquicos, como autismo, psicoses, entre outros. Os usuários afirmam na petição que o novo endereço é de difícil acesso, pois há poucas linhas de ônibus disponíveis até o bairro Jabaeté. Outro problema, apontam, é o fato de a localização ser distante da Rodosol, rodovia que possui maior trânsito de ônibus.
“Observamos que existe melhor infraestrutura de transporte público para as regiões periféricas se deslocarem para centros urbanos, porém, a infraestrutura de mobilidade entre bairros periféricos é precária e/ou inexistente”, diz a petição.
Lucineia destaca, por exemplo, que em bairros mais próximos a Jabaeté, como Morada da Barra, os moradores, com a transferência do CAPS IJ, terão que ir ao Terminal de Itaparica ou ao de Vila Velha para acessar o equipamento, enquanto que, para ir até Itapoã, é necessário somente um ônibus. Essa situação, de acordo com a petição, implica em dificuldades como “mais conduções para os familiares que precisam acompanhar as crianças que já apresentam maior dificuldade de condução e o cuidado destas em transporte coletivos”.
Além disso, destacam os usuários, “muitos pacientes fazem tratamento em vários locais, sendo que um lugar de difícil acesso só vai aumentar as dificuldades de nossas famílias. Não é apenas uma dificuldade de acesso ou distâncias. Existe um custo social, um custo humano. A saúde mental dessas famílias será mais abalada. Aumentará o desgaste dos envolvidos (usuários e família)”.
Para os usuários, o equipamento localizado em Itapuã possui estrutura inadequada, como pequeno espaço; atendimento sem privacidade devido à falta de isolamento acústico, “o que justifica sua mudança sim, porém, para a mesma região 1, mais acessível para todos os bairros da cidade e para os pacientes e familiares que já fazem acompanhamento neste serviço”. Portanto, defendem os usuários, o CAPS IJ deve permanecer na região 1, além de ser implantado um em Jabaeté, já que, conforme afirmam, o tamanho da população justifica a implantação e manutenção de dois equipamentos desse tipo no município.
No texto do abaixo assinado os usuários afirmam ter esperado três anos para que o CAPS IJ atingisse um quadro completo de profissionais. “Tememos que em um bairro de difícil acesso, exista mais dificuldade na contratação de uma equipe e maior rotatividade de profissionais, considerando a importância do vínculo formado entre paciente e profissionais no acompanhamento em saúde”.