Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (8), o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, anunciou que a vacinação contra a Covid-19 começa na última semana de janeiro, mas ainda não há uma data específica. A iniciativa contemplará 15% dos trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente da Covid-19, população idosa com mais de 60 anos inserida em instituições de longa permanência e população indígena, o que, de acordo com ele, totaliza cerca de 35 mil doses.
Dar o pontapé inicial para a vacinação será possível, afirma Nésio, após anúncio de compra de duas milhões de doses de vacina por parte do Ministério da Saúde, feito em reunião com técnicos da vigilância sanitária do Espírito Santo, ocorrida nessa quinta-feira (7). Entretanto, Nésio destaca: “não há apresentação por parte do Ministério de um calendário de vacinação. Nos meses de fevereiro, março e abril outras opções de vacina podem surgir e aumentar a capacidade de imunização”.
O secretário também comemorou a comprovação da eficácia de 78% da Coronavac, vacina produzida pelo Instituto Butatan, anunciada também nessa quinta-feira. “É muito satisfatório, pois ultrapassa 50%. Celebramos o anúncio de ontem e o anúncio da aquisição da totalidade da vacina pelo Ministério da Saúde, que será incorporada ao Plano Nacional de Imunização”, diz. Para Nésio, essa incorporação é resultado da mobilização dos governadores, prefeitos e de toda a sociedade para que “se rompesse com as barreiras ideológicas”.
Ainda de acordo com Nésio, há expectativas em relação ao resultado e ao registro da vacina AstraZenica, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que, segundo ele, pode vir a ser utilizada nas salas de vacinação do Espírito Santo, podendo garantir a imunização de pessoas com mais de 75 anos e trabalhadores da saúde no decorrer de fevereiro. O subsecretário de estado de Saúde, Luiz Carlos Reblin, informa que o Espírito Santo conta com 1.700.000 seringas com agulha, sendo que na próxima semana chegarão mais 1.500.000.
Segundo Nésio, a média móvel de óbitos por Covid-19 no Espírito Santo é de 27 por dia. A de internações é de 500, não havendo pressão assistencial por causa das aglomerações proporcionadas pelas festas de fim de ano, o que, acredita, pode acontecer a partir da segunda quinzena de janeiro. O secretário destaca que a constatação de casos observados foi prejudicada devido à defasagem na quantidade de testagem devido às festas de fim de ano e trocas de gestões municipais, mas que em reunião com os municípios foi discutida a necessidade de aumento da capacidade.
O aumento da capacidade de testagem, explica, poderá aumentar o registro de casos de Covid-19. Nésio destacou o credenciamento de laboratórios privados, para os quais os municípios possam enviar as amostras diretamente. De acordo com ele, já há laboratórios credenciados nos municípios da Grande Vitória; em Colatina, no norte do Estado; e a partir da semana que vem, em Linhares. Ainda em relação às coletas, Reblin informou que o Espírito Santo tem capacidade para 2 mil coletas/dia, mas irá aumentar para 4 mil também na próxima semana.
Em dezembro, afirma Nésio, foram registrados 465 óbitos por Covid-19 no interior do Estado, ultrapassando o pico da primeira onda, que foi de 448, em junho. Na Grande Vitória, afirma, o pico de óbitos da primeira onda foi em junho também, mas ele ainda não foi atingido nem ultrapassado.