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Acordo’ do governo falha, e batalhões da PM seguem bloqueados neste sábado

 
Como anteciparam na noite desta sexta-feira (10), quando negaram a validade do acordo firmado entre o governo do Estado e as associações de militares, os familiares de policiais seguem ocupando a saída dos batalhões neste sábado (11), impedindo que as viaturas saiam para o policiamento ostensivo. A manutenção da paralisação revela o fracasso do “acordo” imposto pelo governo, a partir de uma negociação que não incluiu os familiares dos policiais que são os legítimos representantes do movimento. 
 
Interlocutores do movimento disseram que os grupos continuam coesos em frente aos batalhões. “Falharam as tentativas do governo de desmobilizar o movimento”, disse a mulher de um policial, que preferiu não se identificar. Ela esclareceu que as associações não as representam. “Eles não poderiam negociar em nome do movimento. Nunca vieram na porta dos batalhões para dar apoio ao movimento. Não nós representa”, afirmou.

As famílias apontam que a estratégia do governo é impor um acordo que, na prática, não representa nenhum avanço. Segundo os familiares, o acordo foi firmado “na surdina”, sem o aval ou anuência das tropas e o resultado foi divulgado de maneira a induzir os policiais militares a se desmobilizarem. No entanto, a reação foi imediata, rechaçando o acordo e mantendo a mobilização.

O governo vem tentando vencer os familiares pelo cansaço desde a última quinta-feira (9), quando uma reunião de mais de 10 horas resultou sem acordo. Nessa reunião, que supostamente seria de negociação, o governo chegou com a proposta pronta e não aceitou negociar os termos para chegar a um acordo.

Com a negativa em negociar e consequente falta de acordo, o governo apresentou, na sexta-feira (10) com a aplicação de sanções contra os militares. A estratégia de tentar pressionar os familiares passou  pela ameaça de que elas pagariam os custos dos soldados da Força Nacional de Segurança (FNS), culminando no acordo firmado com  as associações.

O anúncio, feito em horário nobre em rede nacional, que o acordo havia sido firmado pegou o os familiares de surpresa, induzindo uma desmobilização. Essa estratégia também tem o objetivo de colocar a população ao lado do governo, que tenta dar verniz democrático às negociações. A estratégia e mostrar que o governo vem se desdobrando para solucionar a crise de forma negociado, mas a intransigência é dos policiais. 

A expectativa dos familiares dos policiais militares é conseguir uma pauta com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,  que já está no Estado reunido com a cúpula do governo do Estado, para relatar o que vem acontecendo e a forma truculenta como as negociações vêm sendo conduzidas por parte do governo.

Além disso, aceitam negociar com o governo, desde que a negociação não seja restrita ao grupo criado pelo governo, representado pelo secretário de Estado de Direitos Humanos, Júlio Pompeu; de Controle e Transparência, Eugênio Ricas; de Fazenda, Paulo Roberto Ferreira; e o secretário-chefe da Casa Civil, José Carlos da Fonseca Junior. Os familiares pedem que outros atores sejam convocados para a mesa de negociações, como representantes da Polícia Civil e Polícia Militar. Os familiares não aceitam que as associações voltem a participar das negociações, às quais eles consideram “traidoras”.

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