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Acusado do rapto de Thayná é preso no Rio Grande do Sul

Na madrugada desta segunda-feira (13) foi preso, no Rio Grande do Sul, Ademir Lucio Ferreira Araújo, acusado do rapto de Thayná Andressa de Jesus, ocorrido em 17 de outubro, no bairro Universal, em Viana. A localização do homem era conhecida há uma semana e foram enviados policiais civis do Estado para, em conjunto com a polícia gaúcha, monitorarem os passos do criminoso até a prisão.

Em entrevista coletiva concedida na manhã desta terça-feira, o delegado José Lopes, responsável pelas investigações, disse que os policiais do Estado entraram em contato com outros delegados do País, principalmente dos estados em que ele já havia cometido crimes, como Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, onde, inclusive, mora um filho de Ademir.

Localizado o suspeito, que estava no Centro de Porto Alegre, região de muitos hoteis e pensões, foi iniciado um monitoramento do acusado até culminar na prisão. Em uma tentativa de deter Ademir, a entrada dos policiais civis – que andam à paisana – foi impedida na pensão em que ele estava hospedado e o acusado conseguiu fugir, deixando para trás pertences e documentos.

O monitoramento foi mantido e, quando ele saiu para fazer um lanche na rodoviária, foi preso pela Brigada Militar. José Lopes explicou que a Brigada efetuou a prisão em razão de que já é natural que a área seja patrulhada e que, se houvesse policiais civis, poderia levantar suspeitas no acusado, fazendo com que não saísse

“Monstro”

O delegado José Lopes classificou Ademir como um “monstro”. Ele lembrou que Thayná, a criança de 12 anos raptada por ele, tinha 35 quilos. Ele também disse que nada do que o acusado diga em vídeos deve ser levado em conta, a não ser que sejam depoimentos oficiais prestados diante do delegado, lembrando que ele tem passagens pela Justiça por estelionato, extorsão, interceptação, homicídio e ameaças.

Lopes disse que, por ser um estelionatário, não dá para confiar no que Ademir diz sem que haja uma investigação de tudo o que ele disser. O delegado acrescentou que o acusado ainda não chegou ao Estado para prestar depoimento.

Em um vídeo gravado na carceragem, em Porto Alegre, Ademir disse que raptou Thayná quando ela andava na rua chamando-a pelo nome e dizendo ser amigo da mãe dela e dizendo que daria uma carona até a casa dela. No entanto, segundo disse, teria levado a menina para as margens da lagoa e, chegando lá, depois de oferecer dinheiro em troca de estuprar a criança, ela saiu do veículo assustada, caiu em um barranco e dentro da lagoa. O delegado ponderou que nada do que o acusado disse pode ser comprovado a não ser que seja em depoimento oficial e seguido de investigação.

A lagoa em Viana foi alvo de uma operação na última sexta-feira (10) em atendimento a uma informação que a Polícia Civil recebeu de que a área era usada pelo acusado do rapto de Thayná para cometer crimes.

No local foi encontrada uma ossada compatível com a de uma criança  que foi enviada para perícia para exames de DNA, já que a polícia já tem o material biológico de Thayná, mas a previsão é que o resultado saia em 30 dias.

Sofrimento

A mãe de Thayná, Clemilda Aparecida de Jesus, que pressionou a polícia desde o desaparecimento da filha por informações e foi a responsável por conseguir o vídeo que mostra a menina entrando no carro do acusado – peça-chave para a identificação do suspeito – fez transmissões na manhã desta segunda-feira pelo Facebook falando da prisão de Ademir.

Ela agradeceu às pessoas que não deixaram o caso cair no esquecimento e disse que ficou muito fragilizada com as notícias. “”Foi tudo muito rápido e fiquei sem forças”.

Ela disse também que quer saber se o corpo encontrado na lagoa é da filha e, se for, dar um enterro digno para a menina. “Em nome de todas as mães que infelizmente não tiveram respostas, sinto muito por essa dor que vocês devem estar sentindo”, completou Clemilda, que também lamentou que Ademir estava perto de sair do País pela fronteira.

Entre o dia do desaparecimento de Thayná e o da divulgação do vídeo, em 28 de outubro, o acusado conseguiu ficar incógnito na região e ainda vender o carro usado no rapto, de propriedade da namorada, a um queijeiro também morador de Viana. Isso mostra que não havia sequer suspeita sobre ele e que não havia qualquer progresso nas investigações, 11 dias depois do rapto.

Na última segunda-feira (6), Clemilda, apoiada pela Associação de Mães e Familiares de Vítimas da Violência (Amafavv), fez um protesto em frente ao Palácio Anchieta, sede do governo do Estado, em busca de respostas e diante da falta de informações sobre as investigações.

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