No momento do motim havia 105 adolescentes na unidade, que tem capacidade para 60 internos. Os internos conseguiram serrar as grades do alojamento, renderam o agente que estava de plantão e saíram. O muro pelo qual os internos fugiram foi quebrado om uma tapa de bueiro.
A ocorrência foi mais uma das inúmeras registradas na unidade durante o ano de 2015. As fugas, rebeliões e motins são constantes na unidade, que tem superlotação crônica e baixo efetivo de agentes socioeducativos para atender à demanda.
Além das fugas e motins, também foi registrada uma morte de interno na Unip I em novembro deste ano. O adolescente Jadson Alves Machado, de 18 anos, foi espancado por outros internos do mesmo alojamento e morreu no dia 24 de novembro.
O alojamento para onde ele foi levado já estava superlotado, o que facilitou com que ele fosse espancado pelos outros internos. Ele teve o maxilar deslocado e foi encontrado com um moletom enrolado no pescoço. Jadson entrou em um alojamento que já tinha outros sete internos, sendo que seis confessaram participação no espancamento.
A Unip I tem superlotação crônica, o que provoca constantes rebeliões, motins e tentativas de fuga. Atualmente, a unidade abriga 181 adolescentes em local adequado para 60 internos. Antes a rebelião desta segunda-feira, o último motim havia sido registrado em 26 de outubro, quando os internos destruíram dois dos quatro módulos da unidade.
No momento da rebelião, a unidade contava com 160 adolescentes, sendo que a unidade tem capacidade para 60 internos. A Diretoria de Operações Táticas (DOT) da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) foi acionada para controlar o motim.
Embora a Unip I seja destinada apenas a adolescentes em internação provisória, 80% dos internos estão em regime de internação e deveriam estar em outras unidades em cumprimento de medida socioeducativa.