sexta-feira, novembro 15, 2024
21.9 C
Vitória
sexta-feira, novembro 15, 2024
sexta-feira, novembro 15, 2024

Leia Também:

Apesar da tendência nacional de queda dos homicídios, secretário supervaloriza resultados do Estado

O secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, apresentou na manhã desta terça-feira (5) os dados consolidados de homicídios do ano de 2015. De acordo com os resultados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o ano de 2015 fechou com 1.391 homicídios, o que representa taxa de 35,4 mortes por grupo de 100 mil habitantes. 

Durante a apresentação dos dados, o secretário supervalorizou os dados. Disse que a redução de 9% nos homicídios entre 2014 e 2015 só foi possível graças à gestão integrada com foco nesta redução e no trabalho conjunto das polícias Militar e Civil. No entanto, a desaceleração dos assassinatos vem acontecendo ano a ano, e de maneira mais efetiva, desde o governo Renato Casagrande (PSB), entre 2011 e 2014.

Além disso, a redução nos homicídios é uma tendência de estados com altos índices de mortes violentas. Alagoas, por exemplo, que é o estado que figura no topo do ranking nacional de homicídios, e que teve sempre o Espírito Santo no seu encalço, na vice-liderança, reduziu em 18% os homicídios entre 2014 e 2015. Portanto, o dobro da redução do índice festejado por Garcia.

O secretário de Segurança Pública de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça, apresentou os dados de homicídios do estado nessa segunda-feira (4). Naquele estado, foram registrados 1.804 homicídios, enquanto em 2014 foram 2.201.
 
Herança negada

O governador Paulo Hartung (PMDB), sempre que tem uma oportunidade, critica a gestão do antecessor Renato Casagrande (PSB), culpando-o pelo “retrocesso” do Estado. Ele não reconhece, porém, que a redução nas taxas de homicídios é resultado dos investimentos feitos pelo socialista. Ao assumir o governo em 2011 – das mãos do atual governador, Casagrande precisou reaparelhar a polícias Civil e Militar tal era o sucateamento das instituições. Além da aquisição de novas viaturas, foi naquele governo que houve prosseguimento e nomeação de aprovados em concursos para as forças policiais, que estava com o efetivo defasado havia anos.

Foi também no governo Casagrande que foi feito o primeiro trabalho interdisciplinar para a redução da violência, através do programa Estado Presente, coordenado pela extinta Secretaria de Estado de Ações Estratégicas.

Além disso, a taxa de 35,4 por 100 mil ainda é mais de três vezes mais do que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera aceitável, que é uma taxa de 10 por 100 mil, acima desse índice a OMS considera violência epidêmica.

O atual governo tenta emplacar o discurso do empenho na redução dos homicídios, mas foi durante os dois primeiros mandatos de Paulo Hartung que os índices de violência explodiram no Estado, ao mesmo tempo em que as forças policiais eram sucateadas, chegando ao patamar de 57,2 homicídios por 100 mil em 2009.

Na primeira gestão de Hartung o Estado sequer tinha um Plano de Segurança Pública, que só foi implementado durante o governo Casagrande, assim como o Plano de Redução e Prevenção de Homicídios.

A Grande Vitória, vitrine do Estado, continua reduzindo homicídios ano a ano, reflexo da concentração dos investimentos na região. No norte do Estado, as taxas continuam altas. A região concentra 33% dos homicídios do Estado, com aumento de 7,8% entre 2014 e 2015.

Mais Lidas