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Após morte de colega, investigadores da Polícia Civil param nesta quarta-feira

Os investigadores de Polícia Civil, reunidos em assembleia na manhã desta quarta-feira (8), decidiram suspender as atividades nesta quarta-feira, com o fechamento das Delegacias Regionais. A paralisação é em protesto à morte do investigador Mario Marcelo de Albuquerque, conhecido como Marcelinho, assassinado nesta terça-feira (7). O investigador tentava impedir o roubo a motocicleta em Colatina, no noroeste do Estado, quando foi baleado.

Na assembleia, o presidente da Associação dos Investigadores de Polícia Civil do Estado (Assinpol-ES), Junior Fialho, salientou que os policiais atenderão apenas flagrantes, que serão centralizados na Chefatura de Polícia.

Ainda será definido se a paralisação continua nesta quinta-feira (9), já que está marcada uma assembleia do Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindipol-ES) para esta data.

Depois da assembleia, os investigadores e outras categorias de policiais civis saíram em carreata até o Quartel do Comando Geral (QCG) em Maruípe, Vitória, prestar solidariedade ao movimento deflagrado por familiares de policiais militares, que impedem a saída de viaturas dos batalhões desde a última sexta-feira (3).

Desde que foi iniciado o movimento, o Sindipol já registra 90 mortes violentas no Estado até esta quarta-feira. Somente nesta terça-feira foram 27 homicídios.

A crise na segurança também expôs o quadro de falta de aparelhamento e péssima remuneração na segurança pública do Estado. No Departamento Médico Legal (DML), que funciona apenas com dois médicos legistas e dois auxiliares de perícia por plantão, houve a interdição até que os policiais conseguissem processar os corpos, que já se acumulavam pelo chão diante do fato de haver apenas 36 geladeiras em funcionamento.

O soldo da Polícia Militar no Estado também é o menor do País, de R$ 2,6 mil e, sem revisão anual dos vencimentos há três anos e sem reajuste há sete, o poder de compra dos militares caiu sensivelmente ao longo dos anos, assim como das outras categorias de servidores públicos.

Já os policiais civis estão sem reajuste anual linear, sem pagamento do contingenciamento, sem pagamento do precatório da trimestralidade, sem o direito reconhecido da promoção e sem o respeito às prerrogativas policiais, que são negadas ou ignoradas.

Além disso, sofrem com a falta de efetivo e de investimento em recursos humanos e materiais, além da sobrecarga de trabalho aliada aos desvios e usurpação da função pública, o que pode provocar um colapso na instituição por conta do efetivo defasado.

As entidades apontam que não há como prestar atendimento digno para a população diante de um quadro de perdas salariais, que colocam os salários pagos no Estado entre os piores do País.

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