Por mais absurdo que pareça, o procedimento deve prosseguir pelo fato de “Sustenta” ter sido o termo usado por familiares de policiais militares que, durante o mês de fevereiro protestaram em frente aos batalhões e impediram que o policiamento ostensivo fosse para as ruas por 22 dias.
A ACS considera a instauração do IPM um constrangimento ilegal. Segundo o advogado da entidade, Tadeu Fraga de Andrade, não há sequer justa causa para a instauração do inquérito. “Impetraremos um habeas corpus para ‘trancar’ o IPM”, disse ele, acrescentando que o procedimento é um gasto desnecessário de dinheiro público.
O advogado disse, ainda, que “o problema dessa situação é que uma simples campanha de solidariedade ao animal foi transformada num ponto de crise, intensificando o assunto, como que para justificar o estado de prontidão e alerta que alimenta a estrutura punitiva na qual o coronel Ilton Borges está inserido e tratado como expoente, embora devesse estar na inatividade”, referindo-se ao fato de o coronel – que já foi corregedor da PM – ter ido para a reserva e ter sido chamado para retornar.
Ele acrescenta que esse tipo de incidente impede que a PM vire a página de fevereiro de 2017 e siga em frente, tratando apenas dos reflexos da crise. “Porém, alimentar essa narrativa paranoica de ‘risco iminente’ não colabora com a ‘reestruturação’, já que ressuscita velhas práticas espúrias da Corregedoria, muitas delas implantadas pela incúria desse oficial que ficou à frente da Corregedoria por anos a fio”, conclui o advogado.