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Coletivo de Mulheres repudia violência policial em Caratoíra

Policiais teriam agido com violência para dispersar aglomeração, o que não acontece em áreas privilegiadas

O Coletivo Mulheres Unidas de Caratoíra (Muca) divulgou uma nota de repúdio à “ação truculenta e desproporcional da Polícia Militar do Espírito Santo” para dispersar pessoas que estavam em uma festa na rua Arivaldo Favalessa, em Caratoíra, Vitória. A ação, classificada como “truculenta, racista e preconceituosa”, aconteceu nessa terça-feira (8). “Em Vitória inteira, na Grande Vitória inteira, tem gente fazendo aglomeração. No Triângulo [Na Praia do Canto], dá o triplo de gente daqui, mas só porque é na periferia age desse jeito”, denuncia Winy Fabiano, integrante do Muca.

Winy afirma que o Coletivo reconhece que não é momento de fazer aglomeração, mas que a Polícia poderia intervir sem violência. Ela recorda que em uma abordagem policial anterior houve agressão por parte da PM porque um grupo resistiu em dispersar, mas nessa última, segundo relatos dos moradores, a Polícia já chegou jogando bomba de gás lacrimogêneo e atirou com bala de borracha. Além disso, informa, utilizou spray de pimenta. 

O coletivo exige “políticas públicas de segurança alimentar, assistência social e acesso à informação, e que não se tenha ações de enfrentamento à aglomeração em áreas periféricas em detrimento a áreas privilegiadas, e que sobretudo, aconteçam ações educativas para a comunidade e não ações repressivas em cima de comunidades que já estão calejadas com tantas violações de direitos”.

A integrante do Muca afirma que uma senhora que estava na porta de sua casa foi atingida pela bala de borracha nas costas e algumas pessoas que se encontravam na rua, mas não faziam parte da aglomeração, passaram mal por causa do cheiro que ficou no local e do susto. “Aqui temos moradores de bem, idosos, crianças. Tem gente que está cansada de ficar em casa e vai para a porta de casa, pelo menos”, diz. 
Por meio da nota, o Muca destaca que “preza pelos cuidados exigidos pelo Covid-19, tendo este coletivo contribuído para acesso de direitos como renda e alimentação básica, que o estado esteve ausente”. O grupo afirma, ainda, saber “também da ausência de informações sobre a pandemia que tenham linguagem de fácil entendimento das massas”. 
Diante disso, o Muca ressalta que a periferia “clama pela chegada de políticas públicas e de acesso à informação, e não que o único contato da comunidade seja por meio de bombas de gás e tiros de borracha calibre 12. Não aceitaremos, enquanto movimento social, que aqui nesta comunidade se perpetue tais ações por parte daqueles que devem garantir a segurança e ser a representação do Estado de Direitos, mesmo que neste este contexto político tenebroso que assola o Brasil”. 

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