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Comunidade da Barra do Riacho reclama da violência

A morte de mais um jovem na Barra do Riacho, em Aracruz (norte do Estado), neste sábado (22), expõe as carências da localidade que sofre com falta de segurança, educação, saúde e lazer. A violência no local tem feito uma vítima a cada 40 dias, segundo o presidente da ONG Amigos da Barra do Riacho, Herval Nogueira. 
 
O tiroteio que culminou na morte do jovem ocorreu no sábado, às 19 horas, na praça do município, em frente à 1ª Igreja Batista e à Igreja Católica São Sebastião, próximo ao comércio, padarias, restaurantes e no meio da população que circulava pelo local.
 
Herval conta que o abandono da comunidade acaba por fazer aumentar a violência, que vitima primordialmente jovens. Ele aponta diversas carências que culminam na insegurança da população. A primeira delas é a falta de uma rede escolar que atenda satisfatoriamente todas as crianças e jovens em idade escolar.   
 
A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Caboclo Bernardo foi fechada em protesto pelos estudantes e comunidade na sexta-feira (21) por conta do abandono e da precariedade das instalações. A iluminação é tão precária que as aulas do0 período noturno ficam seriamente prejudicadas, assim como as do vespertino, já que a luz natural acaba no fim de tarde. 
 
O presidente da ONG conta que nesta segunda-feira (24) – feriado em Aracruz – técnicos enviados pela Secretaria de Estado de Educação (Sedu) trabalham na iluminação da escola, mas que ela deve permanecer fechada até que um representante da secretaria vá até a unidade para ouvir os estudantes sobre as outras reivindicações, como o número de funcionários e melhorias na estrutura da escola. 
 
Além da escola Caboclo Bernardo, a pré-escola Amália Coutinho, também em Barra do Riacho, funciona provisoriamente na Igreja Batista da localidade, já que a reforma iniciada na unidade parou. Já a reforma da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Zenilia Varzem Ribeiro sequer começou. 
 
A quadra poliesportiva Arlindo Ribeiro, que deveria ser espaço de lazer e integração entre a comunidade – que gera 80% da receita de Aracruz – está abandonada. As telhas de zinco estão caindo e no local se reúnem usuários de drogas, impedindo os moradores de fazerem uso do local.  
 
Mesmo com todas essas carências, neste domingo (23) foi realizado um mutirão nos Correios do município para a entrega do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), que deveria ser revertido em tratamento de esgoto, rede fluvial, calçamento, revitalização de praças, segurança, limpeza pública, educação e saúde, investimentos que não estão sendo vistos na comunidade. 

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