Em reunião com a secretária de Educação, Juliana Rohsner, docentes relataram o medo da violência nos arredores da escola
A violência no bairro Nova Palestina, em Vitória, tem afetado a comunidade escolar. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Neusa Nunes Gonçalves, após seis homens armados adentrarem a unidade de ensino na última segunda-feira (26), foi feita uma reivindicação à Secretaria Municipal de Educação (Seme) para que garantisse a segurança de trabalhadores e estudantes. Segundo uma profissional da educação, que não quis se identificar, a gestão municipal se comprometeu a encaminhar efetivo da Guarda Municipal e da Polícia Militar (PM) ao local, mas nesta sexta-feira (1), ambos chegaram depois do horário de início das aulas.
O combinado, segundo a profissional, é de que tanto a PM quanto a Guarda permaneçam na porta da escola desde a hora da entrada dos estudantes até a saída. Esse compromisso foi firmado pela secretária de Educação, Juliana Rohsner Vianna Toniati, em reunião com os docentes, realizada nessa terça-feira (27), quando foi reivindicado aulas online enquanto a onda de violência não cessasse, o que foi, porém, recusado.
Na quarta-feira (28), as aulas foram suspensas como medida de segurança e, na quinta-feira (29), a PM e a Guarda compareceram no horário combinado, ao contrário do que ocorreu no dia posterior.
Uma outra moradora relata ainda que ela e outras pessoas da comunidade tiveram que largar o emprego, porque chegavam tarde em casa, o que os deixava amedrontados. Outras atividades, como ir à igreja, também já não são mais possíveis, assim como conversar na rua com os vizinhos. Essas alterações bruscas no cotidiano devido ao medo da violência fazem com que até moradores mais antigos abandonem o bairro, lamentam.
Embora evitem sair de casa para se proteger, os moradores afirmam não se sentir seguros também dentro de suas residências. Por isso, muitos têm dormido no chão, já que a cama é alta e, para eles, pode facilitar que a pessoa seja atingida por uma bala perdida.