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Comunidades periféricas se mobilizam contra a violência policial em Vitória

Cryslaine Zeferina, do Coletivo Beco, cobra diálogo com o governo e relata aumento da violência policial 

A violência policial nas periferias tem feito com que comunidades populares se organizem para cobrar espaço de diálogo com o poder público. Nesta terça-feira (23), o Coletivo Beco, que atua no Território do Bem, em Vitória, realizará uma reunião para tratar do tema com lideranças e moradores de bairros periféricos. 

A reunião será às 19h, na sede do Coletivo Beco, no Bairro da Penha. Para evitar aglomerações, também será possível acompanhar virtualmente pelo aplicativo Meet.

“Nossos corpos estão cansados, já tentamos de tudo, diálogo, reunião, mensagens para os secretários, e nada. Precisamos, enquanto moradores periféricos, nos reunir e pensar em como pedir ajuda para os órgãos competentes. A pergunta que nós fazemos é: por que não está tendo operação nos bairros nobres? Não queremos violência, ao contrário, queremos paz e tranquilidade para vivermos esse momento de pandemia”, ressalta a convocação para o encontro. 

A integrante do Coletivo, Cryslaine Zeferina, afirma que apesar do aumento da opressão policial, o Governo do Estado não dá abertura para dialogar com as lideranças comunitárias.

Segundo a auxiliar de serviços gerais Jocasta Santos Marcolino, que mora no Bairro da Penha, viver em um lugar com abordagens policiais violentas cotidianamente impede que as pessoas exerçam seu direito de ir e vir. “Temos medo de sentar do lado de fora, na calçada. Tem gente que sai cedo do trabalho amedrontada e volta tarde, amedrontada. A polícia chega gritando, falando para todo mundo ficar dentro de casa”, afirma.

A moradora do Bairro da Penha afirma não ser contrária à atuação da polícia, mas acha a violência desnecessária. “Acho que podem fazer abordagem, prender, mas não chegar subindo a agredindo todo mundo”, defende a auxiliar de serviços gerais, que, inclusive, teve um sobrinho assassinado no bairro Bonfim, em fevereiro.

De acordo com ela, o rapaz, que se chamava Caio Mateus, foi morto por policiais com um tiro de fuzil. Jocasta conta que antes de seu sobrinho foi assassinado, também pela polícia, no Bairro da Penha, um rapaz conhecido como Indinho. De lá pra cá, afirma, perdeu a conta de quantos foram mortos em abordagens policiais.

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