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Custo da operação de tropas federais no Espírito Santo foi de R$ 37,5 milhões, diz ministro

A intervenção de tropas federais na segurança pública do Espírito Santo teve um custo de R$ 37,5 milhões. A informação foi divulgada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, que participou da cerimônia de encerramento da “Operação Capixaba”, na tarde desta terça-feira (7). Ele afirmou que todos os custos com o emprego de mais de três mil homens será arcado pela União. O Ministério Público Federal (MPF) estuda responsabilizar os responsáveis pela paralisação da Polícia Militar pelos gastos.

Apesar do fim da atuação das tropas federais, o efetivo da Força Nacional de Segurança Pública deve permanecer no Estado até a próxima segunda-feira (27). Durante a operação, foram realizadas mais de 38 operações, 11,5 mil abordagens, além de 1,5 mil patrulhas e 260 horas de vôo. Foram empregados um efetivo de 3.169 militares, quatro aeronaves, 227 viaturas e sete blindados nos quase 30 dias de atuação das tropas, que visavam garantir o restabelecimento da lei e da ordem.

Mesmo sob a desconfiança da população quanto o retorno à normalidade, o secretário de Segurança Pública, André Garcia, voltou a pregar o mesmo discurso. “O momento é de agradecer todo o apoio destinado pelo Governo Federal, que prontamente enviou as forças de segurança para – em conjunto com as Polícias Civil, Rodoviária Federal e Guardas Municipais – dar o suporte necessário para todos os capixabas”, afirmou. Antes de participar da solenidade, Jungmann se reuniu com o governador Paulo Hartung (PMDB) e outras autoridades públicas federal e estadual.

PM inicia procedimentos disciplinares

O governador do Estado publicou no Diário Oficial os dois primeiros decretos com a nomeação dos integrantes do Conselho de Justificação, abertos contra dois oficiais por suposto envolvimento com a “greve velada” da PM. Foram relacionados os responsáveis pela investigações contra os tenentes-coroneis Alexandre Quintino Moreira e Carlos Alberto Foresti.

Foram nomeados três membros – um presidente, um interrogante/relator e outro escrivão – que vão promover a oitiva dos investigados e testemunhas. Eles têm o prazo de trinta dias para encaminhar o relatório para o governador, que poderá decidir pela demissão ou não dos militares. O Tribunal de Justiça terá que se pronunciar sobre o cumprimento ou não dos ritos legais, dando aval para oficialização da decisão do governador.

Os dois militares respondem ainda a inquéritos policiais militares (IPMs). Seus nomes foram os primeiros a serem divulgados pelo governo. São processos que tramitam na área criminal, com acusações de crimes militares, como motim ou revolta, que podem resultar em penas que podem chegar a vinte anos de prisão – além da expulsão da corporação.

Ministério Público anuncia investigações

O Ministério Público Estadual (MPES) anunciou, também nesta terça-feira, a instituição de uma força-tarefa de investigação, controle externo da atividade policial e persecução dos ilícitos ocorridos durante a paralisação da Polícia Militar, que durou 22 dias ao todo. O grupo deverá contar com a participação de todos os promotores naturais da seara penal e militar, bem como dos integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e outros membros a serem designados pela procuradora-geral de Justiça, Elda Márcia Moraes Spedo.

O comando da força-tarefa deve contar ainda com o auxílio de um Comitê de Governança, a ser constituído por sete membros – representantes das Promotorias Criminais em todas as regiões do Estado, além de dirigentes dos Centros de Apoio Operacional Criminal e de Defesa do Patrimônio e do coordenador do Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD). O grupo não tem uma data específica de atuação, porém, ele deverá se reportar mensalmente à chefe da instituição.

Durante a paralisação da PM, foram registradas mais de 200 mortes violentas em todo Espírito Santo, além de centenas de outros registros de violência, como furtos, roubos de veículos, saques ao comércio e de outros crimes contra a vida e ao patrimônio.

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