Justiça considerou a existência de elementos suficientes para a decisão, em audiência de custódia realizada nesta quinta-feira
Os cinco policiais militares envolvidos no assassinato de Carlos Eduardo Rebouças Barros, de 17 anos, em Pedro Canário, norte do Estado, tiveram sua prisão em flagrante convertida para preventiva após audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (2). Será instaurado inquérito policial militar, sendo analisada a conduta dos policiais desde o que foi escrito no Boletim de Ocorrência (BO) até a morte do adolescente. Os PMs serão julgados na justiça comum, na cidade onde o crime ocorreu.
Os nomes dos PMs foram divulgados: Leonardo Jordão da Silva, Samuel Barbosa da Silva Souza, Thafny Da Silva Fernandes, Tallisson Santos Teixeira e Wanderson Gonçalves Coutinho. Os acusados se valeram do direito de permanecer em silêncio durante a audiência. Eles estão presos no Quartel da Polícia Militar, em Maruípe.
O documento da audiência diz que, “para resguardar a investigação e inclusive a vida dos indiciados, em virtude da comoção que o caso gerou, o MP entende que há elementos para converter o flagrante em prisão preventiva. Requer, portanto, a conversão do flagrante em prisão preventiva e a instauração do inquérito policial militar”. A apuração também será feita por meio de ação penal que será instaurada e tramitará no juízo competente.
A deputada estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Camila Valadão (PSOL), encaminhou na tarde desta quinta-feira (2) ao Ministério Público do Estado (MPES) e à Secretária de Justiça (Sejus), ofícios solicitando imediatas providências dos órgãos competentes em relação ao assassinato.
No ofício entregue ao Ministério Público, pede o imediato afastamento dos agentes de segurança até o final das investigações; publicização do nome, patente e número funcional dos militares presentes na ocorrência; reunião junto ao MPES para formulação e execução de ações conjuntas de Direitos Humanos; e a intervenção do órgão ministerial para adiantamento do processo de instalação de câmeras nos uniformes de todas as polícias do estado.
“Entendemos que a implementação das câmeras nos uniformes das polícias será um instrumento essencial para coibir os maus profissionais de atos manifestamente ilegais e autoritários contrários aos valores da instituição policial”, completou.