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Delegado faz desabafo ao relatar inquérito que apura apreensão de uma bucha de maconha

O delegado Rafael da Rocha Corrêa, da Delegacia Regional da Serra, em um relatório de inquérito policial registrado nesta quarta-feira (2), fez um “desabafo”, diante da ineficiência do sistema criminal do Estado. O relatório dizia respeito a um inquérito aberto para apurar a apreensão de uma “bucha” de maconha.

A apreensão foi feita em 2011 no bairro Carapina Grande, na Serra, e o inquérito tramitava desde 2013. No relatório, o delegado aponta para o absurdo que significou a tramitação do inquérito.

Ele aponta que foram realizadas quatro oitivas (com negativa de autoria), tiradas diversas cópias, droga apreendida, encaminhada para perícia (de viatura policial com dois policiais), realizados exames laboratoriais, confeccionado laudo químico, o inquérito foi levado e trazido quatro vezes do Ministério Público Estadual (MPES) (também de viatura com dois policiais), restando, ainda, a possibilidade de ouvir os policiais militares que atenderam à ocorrência, sendo que a versão deles constava do boletim de ocorrência. Todo este périplo bancado com dinheiro público, com o emprego de recursos humanos e materiais serviu para apurar a posse de uma quantidade de maconha com peso equivalente a, no máximo, 5 gramas.

No relatório, o delegado deixa claro que “somente demonstro minha extrema insatisfação com um sistema criminal falido e ineficiente, no qual os bandidos estão, na expressão popular, ‘nadando de braçada’ e os profissionais da esfera criminal se atendo a extremos formalismos, dentre eles nós, delegados de Polícia”, disse o delegado no “desabafo”.

Ao fim do relatório, o delegado Rafael da Rocha sugere que o membro do MPES tome uma decisão baseada no bom-senso e arquive o inquérito policial. 

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