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Delegados de polícia questionam silêncio do governo e cobram reajuste

Ana Cecília Mangaravite diz que a insatisfação é generalizada na área de segurança pública do Estado

“Por que nós fomos alijados do processo?”. O questionamento é da presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil no Espírito Santo (Sindepes), Ana Cecília Mangaravite, ao criticar o silêncio do governo do Estado, que ainda não se pronunciou sobre o reajuste salarial da categoria, passados três meses que foi enviado um ofício à gestão estadual, em dezembro de 2021. Os servidores da área reivindicam 16% de recomposição, acima do concedido pelo governo do Estado este ano, que soma 10%.

A decisão de divulgar o documento, assinado por 136 delegados e que era mantido em sigilo pela entidade, foi adotada nesta segunda-feira (28), mesmo dia em que os deputados estaduais aprovaram aumento salariais para algumas categorias de servidores públicos. “O governo virou as costas e deixou de promover qualquer ação afirmativa para atender às nossas solicitações”, diz a delegada.

No ofício, é citada a “Carta dos coronéis da PM”, manifestação na qual um grupo de oficiais expõe a insatisfação com a falta de diálogo, enfatizando que esse é o mesmo sentimento da categoria, que se sente desvalorizada pelo governo. 

“A bem da verdade, a situação narrada na ‘Carta dos Coronéis da PMES’ em pouco ou nada se difere daquela vivenciada pelos delegados da PCES [Polícia Civil], razão pela qual corroboramos o sentimento de insatisfação presente naquele documento, cujo teor merece atenção e respeito, na medida em que expõe o inconformismo das categorias da segurança pública neste Estado, tristemente desvalorizadas”.

Os delegados argumentam que o “Estado tem remunerado a carreira dos delegados de Polícia Civil de forma desproporcional, quando comparada a outros entes, o que gera desmotivação generalizada, além de evasão de quadros qualificados e instabilidade funcional frequente”. Para eles, o salário deixou de ser atrativo para ser um dos mais baixos do país.

A delegada Ana Cecília pergunta: “Por que o nosso não foi contemplado, como os outros, qual a razão de termos sido alijados do processo?”. Ela mesma responde: “Falta vontade política”. Para ela, a divulgação dessa situação é necessária, a fim de que a sociedade tome conhecimento do que, realmente, se passa nos bastidores. “Não existem quadros suficientes para as demandas da sociedade”, acrescenta.

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