Servidores reivindicam do governo do Estado valorização salarial e autonomia da perícia capixaba
Profissionais do Departamento Médico Legal (DML), em Vitória, aderiram à paralisação dos Peritos Oficiais do Espírito Santo. Nesta sexta-feira (1), o trabalho no órgão também foi reduzido e a previsão é que apenas 30% dos serviços continuem funcionando.
“A mobilização está crescendo. Ontem [quinta, 31] conversamos bastante e no DML a participação está se efetivando, mantendo alguns serviços essenciais, como o recolhimento de corpos e perícia de locais. Mas, internamente, está complicando cada vez mais, e daqui a alguns dias, vem o reflexo”, aponta o presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Espírito Santo (Sindiperitos), Tadeu Nicoletti.
A redução dos serviços no DML é uma extensão da paralisação que começou na Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) na última segunda-feira (28). Os servidores reivindicam a retomada da negociação sobre a valorização salarial da categoria, bem como a discussão sobre a autonomia da instituição, que foi interrompida pela gestão Renato Casagrande (PSB).
“O pessoal está trabalhando proporcionalmente ao valor que o governo concede aos peritos, que são os mais mal remunerados do país. A insatisfação está cada vez maior”, declara Tadeu.
De acordo com o sindicalista, o governo convocou uma reunião para a próxima segunda-feira (4), com a chefia da Polícia Civil, e alguns representantes de departamentos da Polícia Científica, mas não estabeleceu nenhum contato com o sindicato.
“A gente espera que, nesse encontro, ele realmente proponha a valorização e autonomia imediata da perícia, encaminhando imediatamente a PEC [Proposta de Emenda Constitucional] para a Assembleia Legislativa, e fazendo uma proposta de recomposição e reajuste salarial para os peritos, porque está deplorável”, declara.
A paralisação de 70% das atividades na Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) foi decidida em assembleia realizada pela categoria. Os servidores decidiram se concentrar na entrada do prédio em protesto à falta de diálogo com o Governo do Estado. Informações do sindicato apontam que os profissionais realizam, por ano, cerca de 350 mil atendimentos em todos os setores.
“Inacreditável esse salário para tanta responsabilidade, tanta complexidade, como se faz na perícia, tanto serviço essencial, imprescindível, que presta para as polícias, para o Ministério Público, para a Justiça (…) Nós vamos manter essa operação até que o governo se digne a reconhecer que ele jogou a perícia nesses estado em que ela se encontra hoje”, disparou Tadeu.