Nota de repúdio critica ações midiáticas da Secretaria de Segurança, agora comandada pelo coronel Ramalho
A violência policial registrada no último sábado (2) no Território do Bem, mais precisamente no bairro Bonfim, em Vitória, gerou reações de mais 15 entidades, que assinam uma nota em que “repudiam veemente a conduta irresponsável das polícias Militar e Civil” e exigem a apuração dos fatos e a responsabilização dos envolvidos. Em meio a uma operação para cumprimento de mandados de prisão, a polícia, segundo os moradores, chegou ao local atirando a esmo, destruindo bens materiais e ofendendo verbalmente as pessoas.
As entidades afirmam que a operação mostra falta de preparo da PM e não é uma exceção. Welington Barros, presidente estadual da União de Negros e Negras por Igualdade (Unegro), uma das entidades que assina o documento, denuncia que a violência nas comunidades periféricas é algo recorrente. “O poder público não chega com lazer, cultura, educação, mas chega com a força policial”, critica.
Welington exemplifica essa questão do racismo por meio da Lei de Drogas de 2006. De acordo com ele, essa lei não estabelece a partir de qual quantidade de droga ilícita encontrada a pessoa pode ser considerada traficante ou usuário, cabendo ao delegado e ao policial definir isso. “A definição, claro, vai depender da cor e do local de moradia, por exemplo”, denuncia.
“A suposta política de segurança pública implementada pelo governador Renato Casagrande, por meio de seu secretário de Segurança Pública, o Coronel Alexandre Ramalho, em vez de buscar a resolução das mazelas enfrentadas, apenas reforça esse cenário de barbárie historicamente sentido pela população, sobretudo pelos indivíduos marginalizados“, reforçam as entidades.
Além da Unegro, assinam a nota o Coletivo Esperança Garcia ((Direito-Ufes), Afronta Ufes, Coletivo Negrada, Círculo Palmarino, Instituto Elimu Professor Cleber Maciel, Conselho de Direitos Humanos da Serra (CDDH), Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH-ES), Fórum Estadual da Juventude Negra do Estado (Fejunes), Coletivo Lampião da Esquina – Colaes (Direito-Ufes), Coletiva Geni (Direito-Ufes), Fórum Capixaba de Lutas Sociais, Coletivo Maes Eficientes Somos nós, Movimento Enfrente, Conselho Estadual de Juventude e Fórum de Juventude do Território do Bem.