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Ex-vereador Antônio Denadai é assassinado em Santa Leopoldina

Na noite desta segunda-feira (25), o ex-vereador de Vitória, Antônio José Denadai, recebeu pelo menos três facadas do caseiro Alessandro dos Santos Rodrigues, e morreu. Pouco depois, Alessandro foi assassinado por José Garcia Pereira, que trabalha em um sítio próximo.
 
José Garcia, que chegou de carro, deu três tiros em Alessandro, baleado no peito e na barriga. Ele ainda não foi localizado pela polícia.
 
Nas legislaturas de 2001 a 2008, Antônio José Denadai foi vereador de Vitória. Ele é irmão do advogado Marcelo Denadai, assassinado em 2002 na Praia da Costa, Vila Velha, e também da ex-deputada estadual Aparecida Denadai. O vereador foi considerado peça-chave na condenação do  empresário Sebastião de Souza Pagotto, condenado pelo assassinato do advogado Marcelo Denadai.  
 
Natal sangrento
 
Os assassinatos do vereador e do caseiro foram registrados aproximadamente às 20 horas da noite de Natal. O sítio onde ocorreram os assassinatos, que pertence ao vereador, é localizado na localidade de Colina Verde, em Santa Leopoldina.
 
O vereador e Alessandro discutiram. Depois de serem separados por pessoas da localidade, Alessandro foi para casa, mas voltou. Entrou na casa e atacou Antônio Denadai, aplicando dois golpes de faca, uma na barriga e dois na perna. 
 
A família do caseiro chegou a retirá-lo do local. Mas, logo depois, José Garcia Pereira, que chegou de carro ao local, o matou a tiros e fugiu. 
 
Antônio José Denadai tinha 60 anos. Os dois corpos foram removidos para o DML, em  Vitória. As mortes serão investigadas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 
 
Tragédias
 
A família Denadai foi vítima de outra morte trágica, a do  advogado Joaquim Marcelo Denadai, morto a tiros em abril de 2002. Pelo crime, foi condenado pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), o empresário Sebastião de Souza Pagotto. A Justiça o condenou  pelo mando do assassinato , e a condenação foi de 17 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Mas não foi preso.
 
No processo aberto contra o empresário, a advogada Aparecida Denadai e já então ex-vereador de Vitória, Antônio Denadai, foram testemunhas-chave. Eles confirmaram que Pagotto, então sócio oculto da empresa Hidrobrasil, era o principal investigado por fraudes em contratos de limpeza de galerias de esgoto na Prefeitura de Vitória.
 
Durante a instrução do processo, as testemunhas afirmaram que o advogado Marcelo Denadai foi morto devido à sua atuação nas investigações das irregularidades pela então Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lama, que era presidida pelo irmão na Câmara municipal. A participação de Pagotto teria sido reforçada pelos contatos com um dos executores do crime, o ex-militar Dalberto Antunes da Cunha, que teria ligado para o empresário dez minutos após o crime – ocorrido no dia 15 de abril de 2002, enquanto o advogado fazia uma caminhada no calçadão da Praia da Costa, em Vila Velha.
 
O assassinato de Marcelo Denadai ocorreu um dia antes de o advogado encaminhar à Justiça uma queixa-crime em que, segundo o coordenador do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRCO), do Ministério Público, promotor Fábio Vello, citava o envolvimento de 12 empresas, algumas administradas por laranjas, em fraudes em licitações, concorrências e serviços públicos nas 78 prefeituras existentes no Espírito Santo e outras no Rio de Janeiro.
 
O advogado Denadai, ainda segundo os seus irmãos e apurado no processo, foi morto porque, com base em documentos do Tribunal de Contas do Estado e outros, anexados a um processo judicial, descobriu que o empresário Pagotto era um dos mais importantes elementos do crime organizado no Estado, falsificando documentos e fraudando concorrências e contratos em prefeituras e órgãos estaduais. Em Vitória, as fraudes envolviam contratos firmados nas gestões tucanas, do atual governador Paulo Hartung (PMDB), e do ex-prefeito de e ex-deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB).
 
Enterro

O enterro de Antônio Denadai está previsto para às 17h desta terça-feira (26), no cemitério Parque da Paz, em Ponta da Fruta, Vila Velha.
 

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